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2015-06-20

Praça de guerra

Se vocês suportam sofrimentos injustos, sabendo que esta é a vontade de Deus, ele abençoará vocês por causa disso. (1Pe 2.19)

Pedro não é prolixo. Ele é exigente. Embora já tenha dito que é preciso respeitar o Imperador, ele torna a dizer a mesma coisa e amplia a ordem. É para respeitar "todas as pessoas" e não só as que estão hierarquicamente acima de nós, como nosso patrão, gerente e supervisor, mesmo que eles nos tratem de maneira injusta. Essa é de fato uma ordem difícil de acatar. Mesmo perseguido e várias vezes quase assassinado por Saul, Davi tratava o rei com respeito, na certeza de que ele estava no poder por determinação divina. Foi esse respeito que impediu Davi de matar Saul quando o rei estava praticamente em suas mãos. Em sinal de respeito, o filho de Jessé chegou a ajoelhar-se e encostar o rosto no chão diante de seu inimigo e sogro (1Sm 24.8).

Os pais cometem injustiça contra os filhos e vice-versa, os pastores cometem injustiça contra suas ovelhas e vice-versa, os governos cometem injustiça contra os cidadãos e vice-versa. Onde não há injustiça consciente ou inconsciente? Sem o conselho de Pedro, o lar seria uma praça de guerra, a escola seria uma praça de guerra, a igreja seria uma praça de guerra, a nação seria uma praça de guerra. A Bíblia condena veementemente a injustiça e, ao mesmo tempo, nos ensina a suportá-la, "em consideração a Deus" (CT). A consciência aguçada nos manda respeitar as autoridades independentemente de seus acertos e desacertos (Rm 13.5). O cristão sabe que ele está debaixo da proteção da poderosa mão de Deus (1Pe 5.6). Quem quer que praticar a injustiça será cobrado por Deus, o que dispensa o crente de fazer justiça com as próprias mãos. Aquele que suporta a injustiça é uma pessoa especialmente abençoada por Deus!

Aquele que suporta os maus-tratos por parte de outros é uma pessoa que não suja as suas mãos de sangue!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.