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2015-09-30

Um defensor no lugar certo


Se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai. (1Jo 2.1b)

A força do pecado é uma realidade, bem como a sua extensão. A palavra do sábio é realista: "Não existe no mundo ninguém que faça sempre o que é direito e que nunca erre" (Ec 7.20). A força do pecado provém da Queda. O maior queixoso dessa tragédia é Paulo: "Que situação terrível esta em que me encontro [a força do pecado dentro de mim]!" (Rm 7.24, NBV). Eles e João são realistas em relação à realidade do pecado, mas suas palavras não são desanimadoras.

Dos doze homens enviados por Moisés para espionar a terra de Canaã, dez exageraram as circunstâncias desfavoráveis e diminuíram o peso da promessa e do poder de Deus. Os outros dois fizeram exatamente o contrário. Havia gigantes, mas não tão numerosos nem tão altos como os tímidos haviam dito que eles eram.

Paulo, depois dessa autoanálise em Romanos 7, e do grito de socorro, dá graças a Deus por Jesus Cristo, que o livraria, não da presença (no presente momento), mas do poder do pecado.

João também menciona o nome de Jesus: o alvo é não pecar, "mas se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai".

Os remidos precisam valorizar aquela declaração que diz: "A coisa mais importante de tudo o que estamos dizendo tem a ver com o sacerdote que nós temos: ele é o Grande Sacerdote que está sentado no céu, do lado direito do trono de Deus, o Todo-Poderoso!" (Hb 8.1).

Temos um Salvador, Grande Sacerdote e Defensor ao lado do Todo-Poderoso!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

Disciplina equilibrada


Disciplina equilibrada

E andarei com largueza, pois me empenho [e desesperadamente busco] pelos teus preceitos. (Salmos 119.45)

É preciso de disciplina para se ter uma vida equilibrada. Você deve ser disciplinado para orar, para ler e estudar a Palavra, para passar tempo de qualidade em seu relacionamento com o Senhor. Mas você também deve ser disciplinado para passar tempo de qualidade com sua família e cuidar de sua saúde. Você deve disciplinar-se até mesmo para descansar e se divertir.

Examine sua vida hoje e faça o que for necessário para trazer equilíbrio na forma como usa seu tempo. Deus quer que sua vida seja cheia de alegria. O Salmo 23.2-3 ensina que Ele o levará às águas tranquilas e de descanso. Ele refrigerará e restaurará a sua vida. Ele o guiará pelos caminhos da justiça por amor do Seu nome.

UMA PREPARAÇÃO BEM DIFERENTE!


UMA PREPARAÇÃO BEM DIFERENTE!

E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã 
(Êxodo 3:1).

Todos os que desejam conhecer a Deus mais intimamente têm de estar no deserto e ali permanecer por algum tempo, antes de prosseguir rumo a desafios maiores. Ali Moisés aprendeu coisas que iam além da compreensão dos mais talentosos sábios do Egito. Segundo os padrões humanos, quarenta anos gastos apascentando ovelhas no deserto pode parecer um desperdício irreparável de tempo. Mas ali Moisés estava com Deus, e nenhum tempo gasto com Deus pode ser classificado como desperdício.

Temos de entender que atividades não são as únicas coisas que caracterizam os servos de Cristo. Há um tempo de trabalhar, mas há um tempo de aprender. Isaías 50:4 nos diz: "ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem". 

Ouvir atentamente é um aspecto da atividade do servo que não pode ser negligenciado. E tem de passar tempo todos os dias na presença de seu Senhor, a fim de conhecê-Lo melhor e de saber o que ele realmente deseja. Nossos ouvidos e língua estão conectados em vários sentidos: se meu ouvido está fechado às coisas espirituais e minha língua está solta para dizer o que quiser, então será inevitável que eu falarei muitas coisas inconvenientes.

"Não erreis, meus amados irmãos… Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar" (Tiago 1:16 e 19). "A carne para nada aproveita" (João 6:63). Portanto, precisamos manter nossos ouvidos espirituais abertos e a língua bem quieta – essa rara e preciosa arte que Moisés tanto exercitou no deserto. Isso o capacitou a receber instruções poderosas para enfrentar faraó e os poderes malignos do Egito. Os métodos da escola de Deus são surpreendentes!

irmaos.com - Devocional Boa Semente

2015-09-29

Prazer em obedecer

Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. (João 1.17)

João quis destacar algo sobre as leis de Deus quando disse: "A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo". É como se ele quisesse dizer: "As leis dadas por meio de Moisés são leis que levam à vida, justiça e tudo o mais que for bom. Mas muito mais foi obtido por meio de Cristo. Ele veio e encheu nossas mãos vazias. Ele cumpriu as exigências das leis de Deus. Ele trouxe a graça e a verdade de Deus".

Cristo nos capacitou a guardar o primeiro, o segundo e o terceiro mandamentos. Dessa forma, pudemos confiar e ter fé em Deus como nosso Pai. Começamos a louvá-lo com um coração alegre e a considerar o seu nome como santo.

De onde vem toda essa bondade? Certamente nós não fizemos qualquer coisa para merecer isso. Nenhuma das nossas boas obras realizadas em obediência às leis de Deus obteve isso. Ao contrário, isso aconteceu por termos sido iluminados pelo Espírito Santo, renovados pela Palavra de Deus e tido fé em Cristo. Por intermédio dessas coisas, recebemos um novo espírito, que faz com que obedecer à Palavra de Deus e às leis de Deus seja um prazer. Agora encontramos alegria em confiar em Deus acima de tudo. Sentimos que podemos fazer isso. Temos um novo começo e já aprendemos o básico. A graça que Cristo tem nos dado por meio da fé faz com que obedecer ao primeiro mandamento seja um prazer.

>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.

Confortados para confortar a outros


Confortados para confortar a outros
// Lagoinha

O que o Senhor faz em nós é com o propósito de sermos uma testemunha. Ele nos conforta para podermos confortar outros. Em 2 Coríntios 1, verso 4 está escrito: "É ele que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a mesma consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus".

Tribulação é o peso, a pressão, o esmagamento. Um fenômeno da natureza levou a tribulação ao Nepal, na Índia, um terremoto. Pode ser que algumas vezes você venha a experimentar ou já tem experimentado o terremoto sacudindo o seu casamento, sacudindo a sua saúde, sacudindo as suas amizades, a sua empresa. O terremoto vem de repente.

No Nepal, tudo corria tranquilamente. As pessoas subiam o Everest, aquela montanha tão alta, mas, de repente, em questão de segundos, tudo desmoronou. E existem esses momentos na nossa vida. Mas é o Senhor que nos consola em toda tribulação. Ele nos consola para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a mesma consolação com que somos consolados. Deus nos fortalece para podermos fortalecer outros. Ele nos encoraja para podermos encorajar outros.

Em Isaías, capítulo 40, ele traz uma palavra não só para os pastores, mas para todos nós. O verso 1 diz assim: "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus".

Muitas vezes, quando temos o nosso coração nas mãos do Senhor, o modo como vemos a vida é na compreensão de que Deus dirige todas as coisas. Deus tem um plano, um propósito, e muitas vezes, diante dos nossos olhos, as coisas parecem que não são. Mas sabemos que Deus continua no governo.

"…consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimes para com todos" (1Ts 5.14). Essa é a recomendação. E só poderemos consolar os desanimados e amparar os fracos a medida que nós mesmos somos consolados e amparados pelo Senhor. "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança" (Tg 1.2-3).

Filho, não há atalhos para o nosso crescimento na fé e com Jesus. O caminho sempre será a cruz. Por isso, ser tão delicado esta questão de se pregar esse evangelho adocicado, sem cruz. Só quando levamos a nossa cruz temos a força para ajudar outros a levarem a cruz deles, porque podemos transmitir a eles a força do Senhor. Como diz a Palavra, quando somos fracos é que somos fortes; quando nada temos, nada somos, temos tudo, somos tudo por causa de Jesus. Experimente da cruz, da dor, mas do consolo e da força para carregar sua própria cruz, para poder ajudar outros a carregarem a cruz deles.

Muitas vezes nós falamos somente sobre o sofrimento de Cristo na cruz. Quando olhamos para a trajetória de Jesus, toda a sua caminhada durante os seus trinta e três anos foram marcados pelo sofrimento.

Em seu ministério, Jesus dizia que não tinha nem onde reclinar a cabeça. Os religiosos o odiavam, outros diziam que ele era louco, endemoniado. Houve ocasião em que a própria família o rejeitou. Foi traído por alguém que andou com ele durante três anos, comeu com ele, dormiu próximo a ele. Na hora em que foi preso, todos o deixaram. No julgamento, foi escarnecido e teve o pior tipo de morte, a cruz. Mas houve outro propósito além da nossa salvação.

É a compaixão do Senhor. E todo o sofrimento porque Jesus passou teve este propósito: sermos consolados. É para o nosso bem, mesmo as situações mais delicadas e terríveis, pois nada acontece sem a permissão dEle.

Nada passa despercebido aos Seus olhos, e tudo é para nosso ensino, nossa aprendizagem.

Além do próprio crescimento, passamos por tribulações também para depois de aprovados, sermos suporte para os outros.

Deus abençoe!

Alegria permanente


Alegria permanente
// Lagoinha

"Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos" (Filipenses 4.4)

Quem nunca questionou como é possível ser feliz e ter alegria verdadeira em meio a tantas dificuldades que enfrentamos todos os dias? Ou ainda, se é realmente verdade que podemos desfrutar de alegria em meio ao caos?

Se o apóstolo Paulo estivesse diante de nós e fizéssemos a ele essa pergunta, a resposta certamente seria um sonoro e alegre SIM. Afinal, ele é um dos personagens bíblicos que mais nos inspira a crer que sim, é possível experimentar alegria mesmo estando preso, por exemplo.

A alegria e felicidade contagiante que Paulo demonstrava não era resultado das circunstâncias difíceis pelas quais ele teve que enfrentar. Era fruto do encontro que Ele teve com Cristo – a fonte da alegria.

O entusiasmo desse apóstolo pode ser facilmente observado em cada uma das cartas que escreveu, mas é nas palavras que ele enviou aos cristãos de Filipos que levam os estudiosos da Bíblia a identificar a carta aos Filipenses como a mais alegre de todas.

E, quando a estudamos com mais atenção, percebemos o quanto isso é verdade, pois mesmo estando preso em Roma, ele foi capaz de encorajar, animar, incentivar e orientar, de maneira simplesmente fantástica, os irmãos que receberam essa carta.

Consciente de que toda dor e privação que enfrentava por amor a Jesus e à Sua palavra era parte de um plano maior, ele não ousou desistir. Ele caminhava sabendo com clareza onde deveria chegar: "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3.14)

Que, assim como o apóstolo Paulo, possamos nos alegrar em Deus, mesmo diante das mais difíceis situações. Sabendo que Cristo é nossa fonte de vida e felicidade e é Ele quem nos ajuda a prosseguir firmes, com alegria e fé, certos de que nenhuma provação poderá roubar nossa paz nem nos afastar do Seu amor!

::Denise Tomaz de Souza 

Palavras são poderosas


Palavras são poderosas
// Lagoinha

"Atentando diligentemente (e guardando uns aos outros), por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça (seu imerecido favor e bênção espiritual), de Deus; nem haja alguma raiz de amargura ressentimento (rancor, ressentimento ou ira) que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados" (Hebreus 12.15)

Jesus disse: "Se você tiver fé (uma confiança verdadeiramente firme) e não duvidar…se disser a essa montanha Levanta-te e lança-te ao mar, assim será feito. E tudo o que você pedir em oração, tendo fé e [realmente] crendo, você receberá" (Mateus 21:21-22 – grifo da autora).

Não utilize mal o poder das palavras ao falar muito sem fé ou ao falar muito pouco sobre sua fé. Escolha palavras amáveis e gentis que encorajam as pessoas e desfaçam fofocas e conflitos. Creia que a graça de Deus prevalecerá por meio do que você disser.

Tornando-se como Ele

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Tornando-se como Ele
// irmaos.com

Os casamentos saudáveis têm um senso de ternura, uma honestidade, uma comunicação contínua. O mesmo é verdade no nosso relacionamento com Deus. Às vezes vamos até Ele com as nossas alegrias, às vezes com as nossas mágoas, mas sempre vamos. E quando vamos, quanto mais formos, mais nos tornamos como Ele. Paulo diz que estamos sendo transformados de "glória em glória" (2 Coríntios 3:18). As pessoas que vivem longas vidas juntas eventualmente começam a parecer iguais, a falar igual, até mesmo a pensar igual. Quando andamos com Deus, assumimos os Seus pensamentos, os Seus princípios, as Suas atitudes. Assumimos o Seu coração. E assim como no casamento, a comunhão com Deus não é um fardo. De fato, é uma delícia. O salmista diz, "Como é agradável o lugar da tua habitação, Senhor dos Exércitos! A minha alma anela, e até desfalece, pelos átrios do Senhor; o meu coração e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo" (Salmos 84:1-2). Nada - nada se compara a isso!
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2015-09-28

Em CRISTO, não em Crise


Em CRISTO, não em Crise
// Lagoinha

Na 1ª vez na história do Real o Dólar supera o patamar de R$ 4,00. O Banco Central prevê que a inflação atingirá 9,28% em 2015. Mantendo o cenário atual, no final do ano o desemprego atingirá o maior índice em 45 anos, aproximadamente 9,5%, sendo que, entre os jovens de 18 a 24 anos, já alcançou 18%. O PIB de 2015 poderá chegar ao déficit de -2,6%.

Apesar das notícias serem desanimadoras e desestimulantes, não podemos ficar parados esperando o cenário melhorar. Devemos ser agentes de mudança! Crise é o momento perfeito para aprimorar nossos conhecimentos, planejar nossas ações e reinventar nosso negócio e profissão. "(…) Empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. (…)

Pois, essas qualidades impedirão que vocês, no pleno conhecimento de Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. (…) Empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado / vocação e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão.". 2 Pedro 1:3-10

:: Gilberto Souza - Articulador Político do Instituto Inconformados

Como anda nosso testemunho de vida cristã?


Como anda nosso testemunho de vida cristã?
// Lagoinha

Há algum tempo encerrei a leitura do livro de Lee Strobel: Inteligência espiritual – Como alcançar os que evitam Deus e a igreja. Em um dos capítulos, o autor termina sua reflexão com a seguinte indagação: "Estou vivendo de modo a atrair ou a repelir os não-frequentadores de igreja?". Esta pergunta nos faz rever nossas atitudes em relação à sociedade e à igreja.

Lamentavelmente, ainda ouvimos notícias a respeito de pessoas que se dizem cristãs mas se envolvem em escândalos. Isto se dá em várias partes do mundo. O fato é que tanto o comportamento adequado como o não de alguém que afirma uma fé evangélica chama atenção. Basta acontecer algum deslize, que muitos apontam: "ele(a) é evangélico(a)". Quando dizemos que somos evangélicos, certamente teremos nossas ações questionadas. As pessoas estão focando no nosso testemunho de vida, pois pregamos uma mensagem de salvação e transformação.

No dia 27/9/15, o Fantástico veiculou o quadro "Chefe Secreto". Neste episódio, Pedro Stivali, chefe-diretor de uma empresa, infiltra-se no meio de seus funcionários, passando-se por um recém-contratado. Stivali, como um simples empregado, fica a par de algumas coisas que estão acontecendo em sua empresa. O que chamou minha atenção foi o desempenho de Marcos, líder de logística. Na reportagem, foi mencionado que Marcos era evangélico e teve uma excelente atuação como funcionário, mostrando ser temente a Deus (http://g1.globo.com/fantastico/quadros/chefe-secreto/noticia/2015/09/novo-chefe-secreto-se-infiltra-disfarcado-entre-seus-funcionarios.html).

Jesus declarou o seguinte: "Vós sois a luz do mundo"…"Vos sois o sal da terra" (Mateus 5.13-16). Como luz e sal, só nos resta, então, fazer a diferença em uma geração cujos valores e princípios estão desmoronando a cada dia. "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (v.16)".

A Bíblia aponta vários personagens que deram um péssimo testemunho de vida, como também menciona pessoas que foram modelos a serem seguidos. Nunca é tarde para revermos nossa postura de vida cristã. Aqui cabe uma ótima recomendação de Augusto Cury: "Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros". O alvo é sermos irrepreensíveis em tudo que somos e fazemos. Com a graça de Deus, isto é possível. "…mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação"…"Pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei" (1 Pedro 2:12-17).

Através de um modo de vida autêntico, podemos realmente ganhar as pessoas para Cristo e ter autoridade para repudiar qualquer situação que fere nossos valores morais de conduta. O problema é que, às vezes, queremos exigir, reivindicar e apelar para algo em que não somos exemplos. Albert Schweitzer foi um teólogo, músico, filósofo e médico alemão, nascido na Alsácia e autor de uma frase que vem a calhar neste artigo: "Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros – é a única".

Como servos de Deus que fazem parte de uma denominação evangélica, temos que ter todo cuidado com nosso proceder. Através de nossas atitudes negativas podemos ser uma pedra de tropeço na vida das pessoas. Quanto a isto, Jesus deu seu alerta: "Ai do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!" (Mateus 18:7).

Como está nossa credibilidade perante a igreja, a família e a sociedade? E o nosso testemunho de vida perante as pessoas? Temos crédito na praça? Nosso exemplo de vida cristã está atraindo ou afastando as pessoas de Deus e da igreja? Stew Leonard's é um pequeno supermercado que fica na cidade de Norwalk, nos Estados Unidos. Segundo o Guinness, o livro dos recordes, essa loja é a que mais vende por metro quadrado no mundo, mais que qualquer outro supermercado. Stew Leonard, o proprietário, dá a razão de seu sucesso: "Se eu cultivar clientes felizes, eles vão voltar!".

Em nossa vida cristã, se cultivarmos o bom testemunho, provavelmente teremos ganhos, e não perdas, de pessoas para o Reino de Deus!

::Ademir Almeida

Crescimento e oposição

Alguns deles, todavia, cipriotas e cireneus foram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, contando-lhes as boas novas a respeito do Senhor Jesus. (Atos 11.20)

Lucas relata que alguns evangelistas foram para o norte, em direção à costa, chegando até a Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando a mensagem "apenas aos judeus" (v. 19). Mas alguns que foram para Antioquia "começaram a falar também aos gregos" (v. 20). Não sabemos se eram gregos pagãos, gregos de fala hebraica ou uma mistura de raças. Antioquia era com certeza um lugar bastante apropriado para a primeira igreja internacional e um trampolim para o avanço missionário em escala mundial, pois era uma cidade grande e cosmopolita.

As notícias desse crescimento chegaram aos ouvidos dos líderes da igreja em Jerusalém. Assim como eles haviam enviado Pedro e João para investigar o que estava acontecendo entre os samaritanos, enviaram Barnabé a Antioquia. Ali chegando, e vendo a graça de Deus nas vidas transformadas, ele ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor. Em seguida ele foi a Tarso e trouxe Saulo para Antioquia, para ensinar ao grande número de convertidos.

Porém, esse significativo crescimento da igreja provocou a oposição do rei Herodes Agripa I, filho de Herodes, o Grande. Ele mandou decapitar o apóstolo Tiago e colocou na prisão o apóstolo Pedro. A situação era crítica, mas os membros da igreja se dedicaram à oração, e Pedro foi milagrosamente libertado. Na manhã seguinte, no exato momento em que Pedro seria julgado e, provavelmente, executado, ele não foi localizado. O plano de Herodes havia falhado.

Lucas continua sua narrativa até a derrota final de Herodes. Os habitantes de Tiro e Sidom tiveram um desentendimento com o rei e procuravam ter uma audiência com ele para pedir paz. No dia marcado, o rei incitou a multidão, que começou a bradar: "É voz de deus, e não de homem" (12.22). Visto que Herodes não glorificou a Deus, ele foi ferido e morreu.

Lucas termina citando uma de suas frases preferidas: "Entretanto, a palavra de Deus continuava a crescer e a espalhar-se" (v. 24). O talento literário de Lucas é evidente. O capítulo começa com Tiago morto, Pedro na prisão, e Herodes triunfando; e termina com Herodes morto, Pedro livre e a Palavra de Deus triunfando. Só o poder de Deus pode destruir os planos hostis dos homens e substituí-los pelos seus próprios planos.

Para saber mais: Atos 12.1-5

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

Utilize bem seu tempo


Utilize bem seu tempo
// Lagoinha

"Onde está o sábio (o filósofo)? Onde, o escriba (o teólogo)? Onde, o inquiridor (o lógico, debatedor) deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?" (1 Coríntios 1.20)

Em Efésios 5.15-17, a Palavra de Deus diz que devemos viver com um propósito, usando a sabedoria como pessoas inteligentes e sensíveis. Isso significa fazer o máximo com o tempo que nos é dado. A cada um de nós é dada a mesma medida de tempo, mas nem sempre usamos a sabedoria para nos impedir de desperdiçá-lo.

Devemos usar cada oportunidade que pudermos para cumprir nosso propósito na Terra, o qual é amar a Deus e os outros. O versículo 17 diz: "Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor". Passe algum tempo sozinho com Deus para estar certo de que você sabe como usar seu tempo hoje.

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2015-09-27

O maior de todos os sonhos

Meus filhinhos, escrevo isso a vocês para que não pequem. (1Jo 2.1a)

A remoção da culpa e da mancha por meio do sangue de Jesus não deixa a porta aberta para o pecado seguinte. Se eu peco porque fui e serei perdoado, isso é cinismo. Mas se retorno ao pecado, o mesmo de sempre ou outro, se repete por falta de cuidado, por falta de oração, por falta de humildade – isso não é abusar da graça.

João estimula a convicção do pecado (v. 8) e a confissão (v. 9), mas não estimula o pecado. Por não estarmos mais debaixo do rigor da lei, isso não significa, esclarece o apóstolo Paulo "que agora nós podemos ir avante e pecar sem nos incomodarmos com o pecado" (Rm 6.15, NBV). O "sejam santos, pois eu sou santo", do tempo da lei, que aparece três vezes no livro de Levítico (11.45; 19.2; 20.7), não foi engavetado no tempo da graça, como lembra o apóstolo Pedro (1Pe 1.16).

João é esperançoso: "Escrevo estas coisas para vos ajudar a fugir do pecado" (1Jo 2.1, CIN) ou " afim de que vocês fiquem longe do pecado" (NBV). Esse "para que não pequem" de João põe diante dos crentes o alvo mais alto, a meta mais santa, o propósito mais sério e o maior de todos os sonhos. A ordem de Jesus no Sermão do Monte é mais ambiciosa: "Vocês devem ser perfeitos, como o seu Pai celestial é perfeito" (Mt 5.48, NBV). Depois de curar o paralítico do tanque de Betesda, e depois de perdoar a mulher apanhada em adultério, Jesus ordena a cada um deles: "Não peque mais" (Jo 5.14; 8.11). Paulo recomenda a mesma atitude: "Comece de novo a viver uma vida séria e direita e parem de pecar" (1Co 15.34).

O alvo proposto pelo presbítero era o alvo particular do salmista: "Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti" (Sl 119.11).

Conto com a força que Cristo dá para não viver em pecado!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

Não se desvie das tarefas difíceis


Não se desvie das tarefas difíceis
// Lagoinha

"Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça [uma colheita de frutos que consiste em justiça, em conformidade com a vontade de Deus em propósito, pensamento e ação, resultante de viver corretamente e permanecer de forma reta com Deus]" (Hebreus 12.11)

Uma pessoa indisciplinada busca atalhos para evitar o trabalho árduo. A passividade prevalece em nossa cultura; tudo gira em torno de facilitar a vida: subir pela escada rolante, tomar o elevador, comer num fast-food. Mas o caminho mais fácil nem sempre é o melhor.

Assim como precisamos exercitar nosso corpo, também precisamos exercitar nossa fé para enfrentar os desafios. Use sua fé para perdoar àqueles que o ofendem e confie em Deus quando não puder ver a solução para sair dos problemas. Logo você desfrutará uma colheita de justiça por causa da disciplina a que se submete hoje.

2015-09-26

Escolha o caminho estreito


Escolha o caminho estreito
// Lagoinha

"Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita (contraída pela pressão) é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela" (Mateus 7.13-14)

Mesmo quando sabemos a coisa certa a fazer, pode ser difícil fazê-la se não desejarmos. Podemos querer ficar na cama muito mais tempo do que deveríamos, mesmo quando não estamos com sono. Algumas vezes sabemos que devemos manter nossa boca calada, mas não gostamos da ideia.

O caminho para a vitória é estreito e requer disciplina a despeito dos nossos sentimentos. Algumas vezes pode parecer estreito demais, mesmo comprimindo-se para atravessar. Mas a vitória vem por obedecer à Palavra de Deus, a despeito dos nossos sentimentos. Siga a fé, e não os sentimentos, hoje.

2015-09-25

Por que não oramos


Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!(Mateus 7.10-11)

As nossas necessidades urgentes deveriam ser motivo suficiente para nos fazer orar. Mas, como se isso não bastasse, Jesus usa uma bela ilustração da vida familiar para nos persuadir a orar. Nem uma criança muito problemática receberia dos seus pais uma cobra em vez de um peixe. Com essa ilustração, Jesus está dizendo: "A sua natureza humana é corrupta. Você não chega nem perto de ter a bondade de Deus, mas, ainda assim, você dá bons presentes aos seus filhos. Pelo fato de Deus, o seu Pai celestial, ser perfeito, ele não lhe daria boas coisas se você lhe pedisse?". Se analisarmos bem essa ilustração, desejaremos orar.

Entretanto, quando entendemos o que Deus diz em sua Palavra, começamos a viver de acordo com ela e a ensinamos a outros, começamos a enfrentar muitas tentações e frequentes oposições. A nossa natureza pecaminosa é inimiga da oração. Rapidamente ela fica entediada, descuidada e indiferente ao que Deus diz e à vida boa que ele nos dá. Por isso, nunca teremos tanta sabedoria, conhecimento da Palavra de Deus, fé, amor e paciência como deveríamos ter. Todos os dias a nossa natureza pecaminosa nos pega pelo pescoço e nos arrasta para longe da oração. O mundo também é um inimigo da oração. Ele é tão invejoso que basta termos fé e a preciosa Palavra de Deus para ele se recusar a tolerar qualquer uma delas, não importa quão fracos possamos ser. O mundo nos condena, tenta tirar o que temos e não nos dá paz.

Esses são os dois inimigos da oração: nossa natureza pecaminosa e o mundo. Por dentro, eles tentam diminuir nosso desejo de orar e, por fora, tentam nos afastar da oração. Tudo o que podemos fazer é continuar clamando a Deus. Devemos clamar por força e por um melhor entendimento da sua Palavra.

>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.

Crucificando atitudes egoístas


Crucificando atitudes egoístas
// Lagoinha

"Vigiai (deem estrita atenção, sejam cautelosos e ativos) e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 26.41)

Para viver em vitória, não podemos tomar decisões de acordo com o que sentimos, com o que pensamos que queremos. A Palavra ensina que nascemos com apetites sensíveis à nossa natureza humana. Nossa natureza humana é carnal, não é espiritual. Ela nós manterá escravos do pecado, a menos que crucifiquemos a carne e sigamos o que o Espírito nos leva a fazer.

Estudar a Palavra de Deus edificará sua fé e o manterá no caminho certo: "O sábio o ouvirá e crescerá em conhecimento, e a pessoa de compreensão terá habilidade e alcançará o conselho sábio [para que possa ser capaz de manter seu curso corretamente]" (Provérbios 1.5).

Simplesmente “igreja”


Simplesmente "igreja"
// irmaos.com

Os nomes de igreja sobre os quais brincamos? Eles não existem no céu. Porque não é a denominação que o salva. E eu me pergunto, se não há denominações no céu, por que temos denominações na terra? Sei que este é um pensamento maluco - mas o que aconteceria se todas as igrejas concordassem, em um determinado dia, em mudar os seus nomes simplesmente para "igreja"? E então quando as pessoas escolhessem qual igreja frequentar, elas não o fariam por causa da placa do lado de fora, elas o fariam por causa dos corações das pessoas do lado de dentro. E então, quando as pessoas fossem perguntadas sobre qual igreja frequentam, suas respostas não seriam um rótulo, mas apenas uma localização. E então, nós cristãos não seríamos conhecidos pelo que nos divide; ao invés disso seríamos conhecidos pelo que nos une - o nosso mesmo Pai. Ideia maluca? Talvez. Mas acho que Deus gostaria disso. Era a ideia Dele!
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Deus Fala… Você Escuta?


Deus Fala… Você Escuta?
// irmaos.com

Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do SENHOR! Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (Jeremias 22:29; Hebreus 1:1). Deus, nosso Criador, não deixa sua criação à própria mercê. Ele fala com suas criaturas. Não deveríamos, pois, ouvi-Lo com a maior atenção? Deus falou com o povo de Israel por meio de seus profetas, mas quase ninguém lhes deu ouvidos. Depois, falou por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Ele é a mensagem final de Deus para a humanidade. Suas palavras expressam perfeitamente o pensamento de Deus, enquanto sua vida demonstra perfeitamente a vontade de Deus. Deus jamais foi manifestado tão claramente, nem sua glória brilhou com tanto fulgor neste mundo quanto o foi por meio do Senhor Jesus Cristo. Não foi somente a vida do Senhor Jesus que revelou Deus, mas também sua morte. A cruz de Cristo expôs a mente e o coração de Deus ao mesmo tempo. Ali se encontraram dois clímaxes: o amor de Deus, que sacrificou seu próprio Filho, e o ódio do homem, que O assassinou sem motivo. Ali a propiciação foi feita pela justiça de Deus a favor da iníqua humanidade. Na cruz, onde a rebelião humana chegou ao ápice, Cristo se sujeitou totalmente à vontade de Deus. A cruz foi simultaneamente a vitória de Cristo e a derrota de Satanás. O pecado se manifestou plenamente ali, mas ali também o amor de Deus engoliu o pecado, concedendo perdão e nova vida aos pecadores. Deus nos fala hoje pela Bíblia. Ele Se dirige a nós direta e pessoalmente. Você O está ouvindo?
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2015-09-24

O verdadeiro significado da ajudadora idônea


O verdadeiro significado da ajudadora idônea
// Lagoinha

Na perfeita criação de Deus, cada ser criado tinha seu espaço e sua função, e a harmonia reinava de tal forma que aquele espaço era conhecido como o paraíso. Todavia, o próprio relato bíblico afirma que essa harmonia não era tão perfeita assim: havia algo que não estava bem (Gn 2.18) — a solidão existencial do ser criado à imagem e semelhança de Deus.

Naturalmente esse ser não poderia desenvolver a plenitude de sua semelhança com o Criador, pois Deus é essencialmente relacional e o homem, por ser único, não encontraria outro ser que lhe correspondesse, mesmo diante de toda a variedade da perfeita criação (Gn 2.20).

Em sua infinita bondade e sabedoria, Deus cria um ser para ajudar o homem a sair de sua solidão existencial. Esse ser já surge das mãos artísticas do perfeito Criador com uma missão e a cumpre de forma plena: ajudar o homem em algo que ele não poderia realizar por si mesmo — sair da solidão.

O termo "ezèr kenegdo" — cujas versões no português são: "ajudadora idônea"; "ajudadora que lhe seja idônea"; "alguém que o auxilie e lhe corresponda"; "ajuda que lhe seja adequada" – é com frequência mal interpretado, transmitindo a ideia de que a mulher criada é uma subordinada ou prestadora de serviços com grau inferior ao do primeiro ser humano criado. Porém, se conferirmos o termo "ezèr" em outras passagens bíblicas (por exemplo, no Salmo 46.1), ele nos mostrará o próprio Deus como nosso "ezèr", ou seja, aquele que nos tira de uma situação da qual não podemos sair sozinhos (por exemplo, da tribulação).

A palavra "ezèr", quando se refere a Deus, jamais é traduzida portando a ideia de que Deus é nosso subordinado ou prestador de serviços, mas a ideia de Deus como auxílio, ajudador, em algo que está acima de nossas capacidades. Logo, afirmar que a mulher é subordinada ao homem é uma falta grave na interpretação bíblica ou uma leitura parcial tendenciosa.

A grande motivação da criação da mulher é, primariamente, o companheirismo, termo que vem do latim "cum panis", que significa "aquele com quem dividimos o pão". Essa sim é a bela finalidade da criação da mulher — um ser que está ao meu lado e com quem eu posso dividir o meu pão. Infelizmente o pecado trouxe a distorção relacional entre o homem e a mulher (Gn 3.16) e criou o distanciamento naquilo que deveria ser perfeitamente harmonioso. A partir do pecado o homem passa a subjugar e a tratar a mulher como inferior, não a percebendo mais como "obra perfeita do criador".

Entretanto, o Deus pleno de amor e misericórdia encontra um caminho para restaurar toda a criação dos efeitos do pecado — "Se alguém está em Cristo, é nova criação" (2Co 5.17, grifo meu). Que notícia fantástica para os que abraçam a fé em Cristo: não estamos mais sob o pesado jugo do pecado como norteador de nossas vidas, mas nossas mentes são renovadas, transformadas pelos valores do evangelho (Rm 12.2), que traz a boa nova: "Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus" (Gl 3.28, grifo meu).

Logo, viver na ideia da inferioridade, da subserviência, da menos valia da mulher, é viver ainda no padrão da criação caída e pecaminosa — o que é inadmissível para quem se proclama cristão. Valorizemos a figura da mulher dentro de nossas comunidades de fé, dentro de nossos campos de ação profissional e dentro de nossa sociedade como um todo. Muito antes de qualquer Lei Maria da Penha, o verdadeiro evangelho já nos conclamava a tratar a mulher com toda a dignidade que ela possui — a dignidade de portadora da "imago Dei" (imagem de Deus), criada para partir o pão à mesa comigo.

Adaptação: Lagoinha.com

:: Carlos "Catito" e Dagmar

A prática do bem não pode esperar


A prática do bem não pode esperar
// Lagoinha

A prática do bem não pode ser postergada. Assim nos ensina as Escrituras: "Não te furtes de fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo" (Pv 3.27). A parábola do Bom Samaritano é uma ilustração eloquente do texto em apreço. Tanto o sacerdote quanto o levita viram um homem semimorto caído à beira do caminho e passaram de largo. Agiram com criminosa indiferença. Pensaram mais no conforto e segurança própria do que em socorrer o necessitado. Eles tinham oportunidade de fazer o bem, e não o fizeram. A omissão e a indiferença são pecados cruéis. É a apostasia do amor, o divórcio da misericórdia, a morte da sensibilidade. A prática do bem não pode ser postergada se está em nossas mãos o poder de realizá-la imediatamente. Não podemos despedir o nu sem roupa se temos como cobrir sua nudez. Não podemos despedir vazio o faminto se temos em nossa despensa abundância de pão. Não podemos falar ao próximo: volte amanhã, se podemos socorrê-lo no exato momento de sua necessidade. Quem ama tem pressa em socorrer a pessoa amada. Quem ama não adia a solução de um problema que é colocado em suas mãos. Delegar a solução de um problema a outrem tendo nós a oportunidade de resolvê-lo é consumada covardia. Deixar de ajudar alguém, tendo nós a chance e os recursos para atendê-lo é negar o amor. O bem precisa ser praticado e praticado sem tardança.

A Palavra de Deus ainda nos adverte: "Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo" (Pv 3.28). A demora pode ser um erro irremediável. Protelar uma ação pode ser fatal. Muitos chegam tarde demais, quando poderiam ter chegado mais cedo. Outros deixam de estender a mão para socorrer alguém que está nos portais da morte. Salomão coloca uma situação prática para ilustrar esse fato. O próximo é toda pessoa necessitada que está em nosso caminho, ao nosso alcance. Essa pessoa pode ser membro da família de sangue, ligado à família da fé ou até mesmo alguém que se declara nosso inimigo. Se essa pessoa estiver necessitada e buscar nossa ajuda, tendo nós condições de socorrê-la, não devemos dizer a ela: "Volte amanhã e eu to darei o que me pedes". A prática do bem precisa ser feita imediatamente, com senso de urgência, pois a pessoa necessitada nem sempre pode esperar. Nosso coração não pode ser relutante na prática das boas obras. Nossas mãos não podem ser remissas na demonstração do amor. Despedir vazio o faminto, descoberto o nu e sedento o sequioso, com a promessa de que amanhã o ajudaremos é uma negação do amor, uma apostasia da misericórdia, uma negação da fé. O amor é pródigo na prática do bem. O amor tem pressa em socorrer a pessoa amada. Quem ama sai do território do discurso para engajar-se na ação misericordiosa.

Você tem sido uma fonte exuberante na qual os sedentos encontram refrigério? Você tem sido um celeiro transbordante onde os famintos podem mitigar sua fome? Você tem sido um mensageiro da esperança, onde os atormentados pelos dramas da vida podem buscar paz? Você tem sido um embaixador da verdade, onde os errantes podem encontrar o caminho? Você tem sido um amigo fiel onde as pessoas aflitas podem encontram uma palavra de conforto? Você tem sido um conselheiro sábio onde as pessoas confusas podem encontrar o caminho da vida? Você tem sido pródigo na prática da misericórdia e cuidadoso na censura ao próximo? Você tem sido um bálsamo do céu onde você está plantado? Você é alguém que torna o ambiente onde você está melhor, porque de sua vida transborda a graça de Deus e de suas mãos fluem a misericórdia? O alerta continua: Faça o bem, mas faça agora!

::Hernandes Dias Lopes

A avenida da confissão

Se dissermos que não temos pecado, estamos nos enganando, e não há verdade em nós. (1Jo 1.8)

Em geral, dá mais resultado trocar o pronome você pelo pronome nós. Em vez de escrever "se você disser que não tem pecado" é melhor escrever "se dissermos [eu e você] que não temos [eu e você] pecado". É assim que João faz. Mas, dependendo de certas situações, é preciso ser menos polido, como o profeta Natã fez com o rei Davi: "Esse homem [que adulterou com o marido de Bate-Seba e o matou] é você" (2Sm 12.7). Ou como Jesus: "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas" (Mt 23.13).

Embora tenha usado o verbo mentirpouco antes (v. 6), o presbítero prefere agora usar uma expressão mais amena: "Não há verdade em nós". Outras versões preferem traduzir assim: "Recusamos a aceitar a verdade", "Não somos sinceros" ou "Se não admitirmos que pecamos, vivemos num mundo de ilusão e fora da verdade".

Não há outro caminho para sairmos do pecado senão a corajosa aceitação da culpa. A restauração de qualquer pessoa em pecado, de qualquer casal em crise, de qualquer igreja em queda, de qualquer sociedade em caos começa e passa pela avenida da confissão. O Espírito Santo está aqui e agora para convencer os culpados da culpa e os imundos da sujeira (Jo 16.8).

O profeta Malaquias teve um trabalho enorme com o povo de Israel do seu tempo. Todas as acusações que ele fazia em nome de Deus entravam por um ouvido e saiam pelo outro. Cinicamente, os filhos de Israel respondiam: "Como foi que te desprezamos?" e "Como é que estamos te ofendendo?" (Ml 1.6-7). Não há coisa pior do que mentirmos a nós mesmos. Trata-se de um suicídio espiritual. E é isso que João quer evitar a todo custo!

O ser humano precisa ter a coragem de clamar a Deus: "Vê se há em mim algum pecado" (Sl 139.24)!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

Caminhe em amor


Caminhe em amor
// Lagoinha

"… e ainda em amor [estimando-vos e deleitando-vos mutualmente], como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós [ a fim de que nos tornássemos], como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave" (Efésios 5.2)

Jesus disse: "Se alguém pretende vir após mim, negue a si mesmo e seus próprios interesses e tome sua cruz, e [junte-se a mim como um discípulo que esteja do meu lado e tome parte comigo] siga-me [continuamente, apegando-se permanentemente em mim]" (Marcos 8.34 – grifo da autora).

Viver uma vida disciplinada significa colocar de lado sentimentos pessoais, discernimento qual escolha é mais importante aos olhos de Deus e, então, permitir que essa escolha tenha prioridade sobre as outras. Como Jesus deixou sua vida de lado por você, Ele lhe pede que você deixe seus interesses de lado por causa dEle.

Jesus é A úNica Chance


Jesus é A úNica Chance
// irmaos.com

Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (1 João 5:12). Certa vez estava entregando folhetos perto de casas para idosos. Naquele dia havia uma equipe se preparando para gravar cenas de um filme para televisão chamado "A Segunda Chance". "Posso lhe entregar um folheto?" - perguntei para o diretor, estendendo-lhe um texto cujo título era "Você conhece o Senhor Jesus Cristo?". E acrescentei: "Isso também fala sobre chances. Jesus Cristo é a única chance para o perdido ser salvo, e passar da morte para a vida". O homem me deu um olhar confuso, mas aceitou o folheto. Distribuí textos também para a equipe dele. Não existe outra chance de vir a Deus a não ser por Jesus Cristo, que afirmou sobre Si mesmo: "Eu sou o caminho" (João 14:6). Essa chance tem de ser agarrada nesta vida. E Deus nos concede o tempo mais que suficiente para isso. Ele nos fala por meio de seus servos, da Bíblia, das circunstâncias, da natureza, etc. "Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com o homem, para desviar a sua alma da perdição, e o iluminar com a luz dos viventes" (Jó 33:29-30). Não dá mais chances na eternidade para quem deixa a oportunidade passar. Está ordenado que morramos apenas uma vez, e depois enfrentemos o juízo (Hebreus 9:27). Não há uma segunda vida, uma segunda chance. "Quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" (João 5:24). A porta da graça ainda está aberta a todos.

2015-09-23

Transformados na caminhada


Transformados na caminhada

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12.2)

Caminhar com Cristo é, certamente, um dos maiores desafios que podemos experimentar. Ah, como é maravilhoso esse desafio! Uma experiência constante. Um crescimento e aprendizado que escola alguma pode dar.

Mas caminhar com Jesus, segui-Lo, não implica apenas em carregar o Seu nome, nos autodenominando cristãos. É muito mais que isso. Significa que somos representantes do Reino divino aqui na terra.

Significa, essencialmente, permitirmos ser transformados dia após dia para que Sua imagem seja refletida em nós a fim de que o mundo saiba que pertencemos ao Senhor.

Esse trabalho de transformação pertence ao Espírito Santo, mas somos nós que damos a Ele liberdade para agir em nosso interior. E, quando isso acontece, percebemos que é Seu prazer moldar nosso caráter para que seja cada dia mais semelhante ao de Jesus.

Enquanto não alcançamos o céu, onde seremos completamente perfeitos, trabalhamos e cooperamos com Deus aqui na Terra para corrigir o que está errado.

Isso não significa que Deus precisa da nossa ajuda. Certamente não. Ele é Poderoso o suficiente para fazer todas as coisas, mas Ele nos chama mesmo assim para sermos colaboradores no processo de mudança, pois somos filhos e trabalhamos unidos como família.

E, enquanto caminhamos e somos transformados, podemos confiar no Seu cuidado. Pois, como cita o autor Bill Hybels: "a vida não poderá nos apresentar nada que, com Deus, não possamos lidar".

::Denise Tomaz de Souza

Faça de seu tempo com Deus uma prioridade


Faça de seu tempo com Deus uma prioridade

Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte. (João 6.15)

Se o diabo não puder convencê-lo a ser indolente e passivo, ele o conduzirá a querer ser ativo demais. Assim que você sai do equilíbrio, ele pode devorá-lo (veja 1 Pedro 5.8). A palavra discípulo vem da palavra disciplina. Para ser um discípulo de Jesus, você deve disciplinar-se a seguir os caminhos do Senhor.

Jesus passava bastante tempo fazendo o bem para as pessoas, mas Ele equilibrava seu tempo ao isolar-se para orar e ter comunhão com o Pai. Tempo com Deus renova suas forças para fazer as coisas boas que você quer fazer pelos outros. Viva uma vida equilibrada ao passar tempo com Deus.

2015-09-22

Culto a quem?


Culto a quem?

"Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade!" (Salmos 115.1)

Por várias vezes, durante o discipulado, tomamos o Salmos 115 como referência na pesquisa bíblica para esclarecer princípios sobre idolatria e as consequências da prática de culto a imagens. Esse texto destaca a ineficiência dos ídolos e a imobilidade que a adoração a eles provoca de forma clara e didática. Aprendemos então, que a idolatria é pecado e que sua sequela é a inércia, isso está claro.

Contudo, esse texto não trata apenas a conscientização da idolatria aos ídolos. Ele questiona a direção do culto que prestamos e começa trazendo uma reflexão: a nós ou ao nome de Deus? Não cultuando a imagens, mas estamos cultuando ao Senhor? Qual é a motivação que nos impulsiona para os cultos?

Vamos pedir e, por vezes, até exigir o cumprimento das promessas ou vamos adorar entregando algo ou tudo que temos em gratidão? Depositamos no altar ou extraímos dele?

Nas reuniões, conseguimos agradecer ao Senhor por Ele falar conosco, ainda que o culto seja para darmos a Ele palavras de louvores e adoração? Saímos gratos ou reclamando quando o pregador não é aquele que esperávamos e não ouvimos o que queríamos? Esquecemos que Deus não se limita ao horário de culto para se comunicar conosco, que vivemos na mesma casa, que temos acesso à Bíblia e, consequentemente, a realidade do céu às 24 horas do dia.

Quantas vezes tomamos posse do culto a Deus em benefício próprio e saímos frustrados porque o culto não agradou, mas quem disse que o culto tem que nos agradar? Então, a quem cultuamos quando nos reunimos nas celebrações? A Deus, por Ele ser quem é ou a nós mesmos e as nossas necessidades?

A idolatria não se restringe a imagens é uma questão de intensão do culto. O culto ao único Deus é um princípio inegociável. Precisamos aprender a caminhar para as reuniões cultuais e em toda vida cientes de que o culto é ao Senhor e assim, realmente, entregar o que é somente Dele: toda adoração. Então responderemos com ações: não a nós Senhor, mas ao teu nome damos glória!

"Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém"  (Romanos 11.36).

::Nilma Gracia Araujo

Treinando a fé


A fé, no sentido que estou usando aqui, é a arte de aderir a coisas que a sua razão já aceitou apesar da sua disposição oscilante. As disposições mudarão, não importa a perspectiva que a sua razão possa adotar. Sei disso por experiência. Agora que sou cristão, passo por momentos em que a coisa toda parece bastante improvável; mas, quando eu era ateu, passava por momentos em que o cristianismo me parecia terrivelmente provável. Essa rebelião da sua disposição contra o seu eu verdadeiro acontecerá de qualquer forma. Eis a razão por que a fé é uma virtude tão necessária: se você não souber impor os limites adequados a sua disposição jamais poderá ser um cristão convicto ou um ateu convicto; será apenas uma criatura que é impelida para lá e para cá, cuja fé depende das condições do tempo e do estado do seu estômago. É por isso que é tão necessário treinar o hábito da fé.

O primeiro passo é reconhecer o fato de que os seus humores mudam. O próximo é ter certeza de que, se você aceitou o cristianismo, algumas das suas principais doutrinas precisam ser deliberadamente mantidas em sua mente por algum tempo, todos os dias. Eis por que as orações diárias, as leituras devocionais e a frequência à igreja são partes necessárias da vida cristã. Temos de ser continuamente lembrados das coisas em que acreditamos. Nem essa, nem qualquer outra crença poderá manter-se automaticamente viva na mente de ninguém. Qualquer crença precisa ser alimentada. E, de fato, se examinarmos uma centena de casos de pessoas que perderam a fé no cristianismo, eu me perguntaria quantas delas se afastaram por terem levado em conta argumentos razoáveis e honestos. Não é verdade que a maioria das pessoas simplesmente se deixa levar, impelidas pelos ventos?

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.

2015-09-21

A oração serve para alguma coisa?


A oração serve para alguma coisa?

Embora capciosa, a pergunta é válida, se considerarmos o fato de que vivemos em uma época em que imperam o funcional e o pragmático. Hoje, não há tempo para o que é incerto e intangível. O mistério do divino foi ocultado por nosso racionalismo funcional. Por isso, pergunto aos cristãos: por que crer no celestial como solução para os problemas terrenos?  Não existem meios mais eficazes e decisivos para acabar com as situações indignas do ser humano? Em outras palavras: podemos orar e ter certeza de que esse ato terá alguma utilidade?

Essas são inquietações honestas, que surgem principalmente quando olhamos a realidade angustiante do nosso mundo. Fome, pobreza, corrupção, violência e exclusão social, dentre outros males, nos desesperam e nos levam a buscar soluções práticas, dentre as quais a oração não recebe nenhum destaque. Em outras ocasiões, esse ceticismo é visto também entre cristãos que trabalham em prol da transformação humana e do bem-estar integral dos demais. Um ceticismo que, em alguns casos, transforma a fé em ativismo e a esperança em messianismo humano.

A vida e os ensinamentos de Jesus nos trazem à memória a centralidade da oração. Para ele, a oração era a forma de manter-se em contato permanente com o Pai, de submeter-se ao escrutínio da sua vontade, e de receber a inspiração para continuar anunciando e tornando presente a realidade do Reino de Deus e da sua justiça. Jesus orava em particular e em público. Muitas vezes se unia aos seus discípulos para praticar a oração comunitária. Ele sempre cuidou para não cair na oração ritualista, carente de sentido e de ação, como era a dos religiosos de seu tempo. Ele fez os fariseus perceberem que suas longas orações não serviam para nada; não passavam de mais uma desculpa da sua religiosidade carente de justiça e de misericórdia para com o próximo.

Contudo, será que a oração tem alguma serventia? Ela não tem utilidade quando desligada do compromisso cotidiano com a causa do Reino de Deus, e quando divorciada da vida e da história. A devoção que se separa da ética não é cristã. Kant, o célebre filósofo alemão, assinalava que o ser humano, ao orar, se dispensava de agir moralmente. Por isso, para ele, a oração não passava de bobagem.

Sejamos sinceros. A oração de nada serve quando paralisa as ações e justifica a falta de compromisso. Ela de nada serve quando aliena a existência e serve de desculpa para a injustiça. Jesus se referia a isso quando disse: "Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês exploram as viúvas e roubam os seus bens e, para disfarçarem, fazem longas orações!" (Mt 23.14, NTLH). As orações dos fariseus e mestres da Lei, ainda que longas e eloquentes, não passavam de um palavreado mal-intencionado para ocultar a exploração. Por isso Jesus as condenou com tanta dureza.

No entanto, ela se torna crucial quando anda lado a lado com a ação e quando se integra na totalidade de nossa vida cristã, quando é súplica sincera que busca conhecer a vontade do Pai e quando leva ao compromisso efetivo com essa vontade revelada. Jesus orava: "Que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres" (Mt 26.39).

Devemos ressaltar o binômio oração-ação, para que nossas orações não fiquem na retórica litúrgica, mas conduzam ao cumprimento da vontade de Deus no mundo. Também, para que nossas ações, por mais esforçadas e nobres que sejam, não se tornem um ativismo intranscedente, no qual Deus — o "totalmente outro" — fique ausente, causando a exclusão do sentido do nosso compromisso como cristãos. Orar e não agir é tão errado quanto agir sem orar.

2015-09-20

A cruz de Cristo

Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo.(Gálatas 6.14)

A cruz de Cristo não se refere apenas à madeira que Cristo carregou nos ombros, na qual ele foi pregado. Ela também significa todos os problemas do povo fiel de Deus, cujo sofrimento é o sofrimento de Cristo. Paulo fala sobre os cristãos suportarem esses sofrimentos em 2 Coríntios 1.5. Em Colossenses 1.24, ele diz: "Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a Igreja". Assim, a cruz de Cristo é geralmente uma referência a todas as aflições que a Igreja sofre por amor a Cristo.

O próprio Cristo mostra isso em Atos 9.4 quando diz: "Saulo, Saulo, por que você me persegue?". Paulo não perseguia a Cristo. Ele perseguia os seus seguidores. Mas quem os toca, toca na pupila dos olhos dele (Zc 2.8). Sabemos, por experiência, que a cabeça é mais sensível do que outras partes do corpo. Pois, se um dedo do pé ou uma outra parte pequena do corpo for machucada, a cabeça reconhecerá o sentimento de dor e a face o demonstrará. O nariz irá franzir, os olhos irão se apertar e assim por diante. Semelhantemente, Cristo, nossa cabeça, faz das nossas aflições as suas e sofre quando nós, seu corpo, sofremos.

É importante nos lembrarmos disso, para que não nos desesperemos quando nossos oponentes nos perseguirem, excomungarem e matarem, ou quando os hereges nos odiarem com uma hostilidade profunda. Devemos nos lembrar do exemplo de Paulo e nos orgulhar na cruz. Tomamos essa cruz não por causa dos nossos próprios pecados, mas por amor a Cristo.

>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.

A disciplina traz sucesso


A disciplina traz sucesso

"De lá, buscarás (desejarás e procurarás como uma necessidade) ao Senhor, teu Deus, e o acharás, quando o buscares (verdadeiramente) de todo o teu coração e de toda a tua alma (e mente)" (Deuteronômio 4.29)

Provérbios 5.23 (AMP) diz que uma pessoa "morrerá pela falta de disciplina e instrução, e a grandeza da sua tolice o desviará e o fará se perder". Isso não significa necessariamente que uma pessoa morrerá imediatamente, mas a falta de disciplina a levará a situações que causam a morte.

Em seu livro "A Pursuit of God", A. W. Tozier diz (parafraseando) que Deus coloca em nós o desejo de buscá-Lo, mas temos de nos disciplinar para buscarmos a presença dEle, pois podemos nos tornar muito passivos esperando que Deus inicie um relacionamento conosco. Se você quiser ter uma vida bem-sucedida, discipline-se a buscar a Deus dia após dia.

Durante A Noite Inteira


Durante A Noite Inteira

Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto; o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele (Levítico 6:9). Isso é tão lindo! O holocausto queimava "toda a noite até pela manhã". Na escuridão da noite, quando Israel dormia ou murmurava, o doce aroma do sacrifício estava subindo diante de Deus. E também não podemos comparar esse momento, no qual o Senhor Jesus não está mais visível, com uma noite escura e aterradora? Mas breve raiará a Brilhante Estrela da Manhã! Durante a longa, escura noite em que a ruína do "falso cristianismo" se torna cada vez mais evidente e o fracasso do povo do Senhor está por toda parte, é maravilhoso pensar que o aroma do sacrifício está tão fresco diante de Deus quando no momento em que é oferecido. Isso também não se aplica a nos individualmente? Sim! Se no coração nos afastarmos do Senhor e voltarmos para as coisas do mundo, nossa aceitação diante de Deus muda? Não, pois o aroma suave do sacrifício de Cristo, pelo qual somos aceitos diante de Deus é inalterável. A aceitação do crente nunca muda, mas nossa capacidade de desfrutar dele sim. Embora falhemos e nos afastemos do Senhor, e nosso coração esfrie e se torne duro como pedra, e embora o falso cristianismo se espalhe igual câncer, o holocausto será queimado toda a noite! Que o Senhor nos permita conhecer cada vez mais profundamente a fantástica obra do Senhor Jesus sobre a cruz. Por toda a eternidade este será o tema de nosso louvor, porque as riquezas da cruz jamais se esgotarão. O mesmo maravilhoso Salvador irá ocupar nosso coração completamente e fará surgir gratidão de nossos lábios e adoração de nosso coração. Que o Senhor nos conceda desfrutar disso agora mesmo!
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2015-09-19

Por que perdemos as bençãos?


Por que perdemos as bençãos?

Às vezes perdemos muitas bênçãos porque não damos o devido valor a tudo que recebemos constantemente de Deus. Ele nos abençoa no casamento, no trabalho, com filhos, com a igreja, com Jesus e o Espírito Santo etc. Contudo, com o passar do tempo, nos acostumamos e nos esquecemos de ser gratos a Ele, e, consequentemente, corremos o risco de perdermos muito do que recebemos.

Há uma pequena história que se conta sobre o poeta Olavo Bilac, que ilustra essa nossa negligência muito claramente. Diz-se que um amigo dele pediu-lhe que escrevesse o anúncio sobre um sítio que queria vender, então Olavo Bilac escreveu o seguinte:

"VENDE-SE ENCANTADORA PROPRIEDADE, ONDE CANTAM OS PÁSSAROS AO AMANHECER NO EXTENSO ARVOREDO, CORTADA POR CRISTALINAS E MAREJANTES ÁGUAS DE UM RIBEIRO. A CASA BANHADA PELO SOL NASCENTE OFERECE A SOMBRA TRANQUILA DAS TARDES, NA VARANDA."

Passado algum tempo, ao encontrar o amigo, Olavo Bilac perguntou se o anúncio surtira efeito e se ele havia vendido o sítio, ao que ele respondeu: Você está brincando, você acha que eu ia vender um sítio maravilhoso como aquele!

Murmuração e Ingratidão 

Assim somos nós. Somos guardados e abençoados por Deus e não exercemos o verdadeiro reconhecimento e, além de ignorarmos que a poderosa mão de Deus é que nos ajudou, muitas vezes reclamamos que não está bom. Que a vida está medíocre. Queremos mais. É a murmuração como a que reinava no coração dos israelitas no deserto. Deus fez grandes milagres por eles, como por exemplo abrir o mar vermelho, mas eles naufragaram no seco, no deserto, no mar da sua murmuração e ingratidão. Será que não estamos fazendo o mesmo, ou seja, com uma eterna insatisfação com tudo, inclusive com Deus, e estamos, por isso, sem rumo no deserto da vida.

Praticamos assim o pecado da ingratidão e magoamos o coração de Deus, e, o que ainda é pior, quando achamos que tudo que alcançamos foi por nosso próprio esforço. Vejamos o que a palavra de Deus diz sobre nossas realizações:

"Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus" (2 Coríntios 3.5 NVI).

"pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele" (Filipenses 2.13 NVI).

Eu tinha um amigo que dizia "duas vezes é perdido, o que ao ingrato é concedido". Com a nossa ingratidão podemos perder as bênçãos e enfraquecer e até mesmo perder a amizade do Senhor nosso Deus.

Reclamamos do carro e esquecemos de que antes andávamos de ônibus; reclamamos dos filhos e esquecemos o tanto que ansiamos pela vinda deles; e também daqueles que clamam a Deus por um filho; reclamamos do trabalho e nos esquecemos de quando estávamos desempregados; reclamamos do pastor e nos esquecemos de quando éramos como ovelhas perdidas sem pastor; enfim, reclamamos de tudo e de todos até da Igreja cujo líder e cabeça é o Senhor Jesus. Só nós não nos julgamos culpados de nada. Achamos que somos sempre inocentes vítimas.

Quando murmuramos estamos dizendo que Deus é um incompetente, que não sabe fazer as coisas direito. Nada contra querer melhorar de vida, mas sem deixar de reconhecer que até aqui quem nos ajudou foi o Senhor e que o que temos deve ser colocado a serviço do Reino.

Devemos ser gratos a Deus por tudo que Ele tem feito por nós: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1Tessalonicenses 5.18 ARC)". Mesmo que pareça pouco o que temos, devemos saber que o pouco com Deus é muito. Gideão com apenas 300 homens venceu milhares de Filisteus e também Davi com apenas uma pedra venceu o gigante Filisteu que aterrorizava o exército Israelita, e intimidava até o rei Saul. Isso porque Deus estava com eles, Gideão e Davi, e eles estavam a serviço de Deus e não de si.

Não colocamos as bênçãos recebidas a serviço do Reino 

Por outro lado, por causa dessa constante preocupação com o nosso próprio mundo, com nosso reino terrestre, caímos no comodismo e não colocamos essas bênçãos a serviço do Reino de Deus e negligenciamos coisas importantes que Deus nos dá. Esaú foi um que fez isso, menosprezou as bênçãos e se arrependeu amargamente:

"Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos; que não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho. Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas" (Hb 12.15-17).

Outro que agiu equivocadamente menosprezou e colocou as bênçãos a serviço do mundo, em vez de servir a Deus, foi Sansão, e por isso, sofreu amargamente, chegando a servir de palhaço nas mãos dos seus inimigos. Só se redimiu, mesmo assim com sua morte, quando se arrependeu e se voltou inteiramente para Deus. Poderíamos citar também Saul, Judas e outros mais que se desviaram dos propósitos de Deus, e por isso mesmo, não só perderam bênçãos, mas amargaram o fracasso. Que não precisemos ser grandemente atribulados para corresponder as bênçãos de Deus, devemos, isso sim, ser bênçãos em suas mãos.

Por outro lado, a Graça que recebemos de Deus é um presente para ser usado, não é para ficar guardado numa gaveta. Exemplificando, é como se ganhássemos um ano de academia grátis e não usássemos para sermos sarados. Na vida espiritual é assim também. Temos que querer, precisamos agir para mudar de vida e Deus ainda nos dá um personal trainer para nos orientar e ajudar na transformação de vida, é Ele mesmo, o Senhor Espírito Santo.

"Jesus nos chama para a ação: E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo" (Lucas 14.27 ARC)

Seria interessante não chamarmos as pessoas a somente aceitarem Jesus, mas devíamos perguntar quem quer seguir a Jesus. Que não sejamos apenas admiradores de Jesus, mas seguidores de Jesus.

Amém!

::Pr. Lúcio Barreto (pai)

Cuidado com os bens mal adquiridos


Cuidado com os bens mal adquiridos

Salomão foi um homem rico, muito rico. Conhecia como poucos os perigos que ameaçam aqueles que querem ficar ricos a qualquer custo. Sabia que a formação de quadrilha para maquinar o mal, com o propósito de ajuntar bens mal adquiridos, é um esquema sedutor. Por isso escreveu: "Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas. Se disserem: Vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo, os inocentes; traguemo-los vivos, como o abismo, e inteiros, com os que descem à cova; acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos nossa casa; lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa" (Pv 1.10-14). O dinheiro adquirido com violência é uma maldição. A riqueza que vem como resultado do roubo e do derramamento de sangue torna-se o combustível para destruir os próprios transgressores.

Não é pecado ser rico; pecado é amar o dinheiro. Não é pecado ter dinheiro; o problema é o dinheiro nos ter. Não é pecado carregar dinheiro no bolso; o problema é carregar dinheiro no coração. Muitas pessoas, por amor ao dinheiro, mentem, roubam, sequestram e matam. Outros, por amor ao dinheiro casam-se e divorciam, corrompem e são corrompidas, torcem a lei e pervertem o direito. A motivação para a violência é o desejo de acumular bens. O brilho da riqueza têm fascinado multidões, transformando homens em feras, jovens em monstros, pessoas de bem em ladrões incorrigíveis. A ganância insaciável é o útero onde é gestado crimes hediondos. Desde o narcotráfico até o assalto aos cofres públicos são delinquências inspiradas por esse desejo insaciável de pilhar o próximo e acumular o alheio. Os bens roubados não são preciosos nem a casa pode ser verdadeiramente cheia de despojos oriundos do crime. Essa riqueza produz tormento. Essa fortuna desemboca em vergonha, opróbrio e prejuízos irremediáveis. Esse pacote tem cheiro de enxofre e o seu fim é a morte.

Salomão é enfático, quando exorta: Cuidado com as suas alianças! O segredo de uma vida feliz é apartar-se daqueles que, deliberadamente andam no caminho da perversidade. Esses agentes da ilegalidade, protagonistas do crime, feitores de males são proselitistas perigosos, que lançam sua rede sedutora para arrastar pessoas incautas para seu cartel do crime. Nesse projeto de engrossar suas fileiras, buscam alianças e fazem promessas. Querem parceiros e garantem vantagens. Chamam para a aventura e dizem que esse caminho é lucrativo. A bolsa coletiva onde se acumula o dinheiro da iniquidade, entretanto, é maldita. Os valores que entram nela vêm do roubo, da opressão, da violência e do derramamento de sangue. Esses recursos tornam-se o próprio combustível para a destruição dos malfeitores. Essa riqueza entorpece a mente, calcifica o coração, enceguece os olhos e coloca tampão nos ouvidos. Faz do homem um monstro celerado, uma fera sanguesedenta, um lobo selvagem. Ser sábio é não dialogar com esses arautos do crime. Ser prudente é sequer se aproximar daqueles que vivem na marginalidade. Ser feliz é fugir não apenas do mal, mas até mesmo da aparência do mal.

A felicidade não habita nas tendas da perversidade, mas está presente na casa daqueles que vivem em retidão e justiça. Não faça alianças com homens perversos; junte-se a pessoas que podem ajudar você a viver mais perto de Deus.

Nessa mesma linha de pensamento, o apóstolo Paulo exorta: "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitos flagelos" (1Tm 6.9,10). A exortação é oportuna: Cuidado com os bens mal adquiridos!

::Hernandes Dias Lopes

Aborto é homicídio


Aborto é homicídio

Será que um cristão pode praticá-lo ou apoiar sua legalização? Será que a vida humana só começa no nascimento? O salmista disse: "Tu és meu Deus desde o ventre da minha mãe" (Salmo 22.10). De acordo com a lei, nós temos que respeitar até os cadáveres, caso contrário cometemos o crime de vilipêndio. Não haveríamos de respeitar muito mais um feto vivo? O aborto, além de ser pecado, é um ato de extrema crueldade contra um ser indefeso. Trata-se do pior tipo de homicídio que existe, pois é cometido pela própria mãe.

Os abortos realizados pelas sociedades chamadas "civilizadas" não são melhores do que os sacrifícios humanos dos rituais macabros ou do que o infanticídio praticado por algumas tribos selvagens. Ao que chamamos "feto", a bíblia chama de "criança" (Lc.1.44). No ventre, a criança já pode ser cheia do Espírito Santo (Lc.1.15). Notamos, portanto, quanto Deus a valoriza. No ventre, os profetas eram vocacionados para o ministério (Is.49.1; Gal.1.15).

Considero que o aborto é errado em toda e qualquer situação. Se, para salvar a mãe, decide-se matar o feto, continua sendo homicídio, mesmo que por um motivo forte. Matar em legítima defesa é compreensível, mas não deixa de ser assassinato.

Em caso de estupro, é natural que a mãe não queira o filho. Poderá, portanto, conduzi-lo à adoção. Se a mãe não suportar a gravidez e resolver interrompê-la, ainda assim é homicídio, mesmo que o motivo seja compreensível. Se não condenamos à morte o estuprador, deveríamos condenar o filho inocente? Ainda que o feto não tenha chance de sobreviver, não nos compete tirar a vida que Deus deu. Que ela dure pelo tempo que ele quiser, mesmo que sejam meses, dias ou horas.

O que acontece, na maioria das vezes, é apenas o assassinato em nome do egoísmo. A pessoa mata o filho porque não quer assumir a responsabilidade que ele representa, não quer arcar com as despesas ou deseja encobrir o pecado sexual cometido. Quem tiver essa dificuldade evite a gravidez, por meio de métodos não abortivos, ou evite o sexo.

Vivemos numa sociedade onde cortar uma árvore ou matar um morcego são crimes ambientais. O aborto de um ser humano, porém, está deixando de ser crime em vários países. Este é um exemplo claro da inversão de valores que estamos vivenciando. Todavia, a pretensa legalização do pecado não muda a situação diante de Deus, pois o Tribunal de Cristo não é regido pela legislação humana.

Hoje em dia, muita gente é semelhante ao profeta Jonas, que tinha compaixão de um pé de abóbora, mas não de um ser humano. Aos que já praticaram o aborto, mas se arrependeram, Deus está pronto a perdoar. O amor de Deus é maior do que o pecado humano. Entretanto, a bondade divina não deve ser usada como álibi para a prática do mal, pois situações desse tipo podem marcar a consciência e a memória por toda a vida.

A ideia ou desejo de abortar não deve sequer ser pronunciada, a não ser que se esteja buscando ajuda para a solução do problema, pois, mesmo que o ato não se concretize, a simples informação causará profundo e grave sentimento de rejeição no filho, caso chegue ao seu conhecimento em qualquer época da sua vida. Por uma questão de coerência, quem defende o direito dos pais matarem os filhos deveria também defender o direito dos filhos matarem os pais.

::Pr. Anísio Renato de Andrade

Um princípio vital


E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado. (Efésios 4.11-12)

A indicação dos Sete ilustra claramente um princípio vital. É verdade que Deus chama todo o seu povo para servi-lo, mas também é verdade que ele chama pessoas diferentes para ministérios diferentes. Aqueles que são chamados para o ministério da Palavra e da oração não devem permitir que nenhuma outra atividade tome o lugar de suas prioridades. Tanto o ministério dos Doze como o dos Sete é chamado de diakonia, que quer dizer "ministério" ou "serviço". O ministério dos Doze é o "ministério da Palavra" (At 6.4) ou serviço pastoral, enquanto que o dos Sete é chamado de ministério das mesas (v. 2, literalmente "servir às mesas") ou trabalho social. Ambos são ministérios cristãos. Ambos precisam de pessoas espirituais para exercê-los e ambos podem ser ministérios de tempo integral. A única diferença entre eles está na forma de atuação de cada ministério, requerendo diferentes dons e diferentes chamados. Prestamos um grande desserviço à igreja quando nos referimos ao pastorado como "o ministério". O uso do artigo definido sugere que só existe este ministério. Diakonia, no entanto, é uma palavra genérica para serviço, mas se lhe acrescentarmos um adjetivo ela se torna específica — serviço pastoral, social, político, médico, educacional e muitos outros. Precisamos recuperar esta visão ampla da diversidade de ministérios para os quais Deus chama seu povo.

Este é um princípio vital para o crescimento da igreja, e deve ser praticado pelos pastores e membros nas igrejas locais. Não que os apóstolos estivessem ocupados demais com o ministério, o problema é que eles estavam preocupados com o ministério errado. Isso também acontece com muitos pastores hoje. Em vez de se dedicarem apenas ao ministério da Palavra, eles se sobrecarregam com a administração da igreja. Às vezes o próprio pastor é culpado (ele quer controlar tudo) e algumas vezes a culpa é dos membros (eles querem alguém que faça tudo). Em ambos os casos, as consequências são desastrosas. O nível dos sermões e do ensino decai e os leigos não conseguem exercer os ministérios que Deus lhes concedeu. Como resultado direto da atitude tomada pelos apóstolos, "a palavra de Deus se espalhava" e "o número de discípulos crescia rapidamente (v. 7). É claro! A propagação da Palavra e o crescimento da igreja andam de mãos dadas.

Para saber mais: veja os seis aspectos do crescimento da igreja apontados por Lucas em Atos 6.7; 9.31; 12.24; 16.5; 19.20; 28.30-31

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

Seja grato


Seja grato

"Regozijai-vos sempre [em sua fé, alegrai-vos e sejam continuamente grato]. Orai sem cessar [orando perseverantemente]. Em tudo [não importa quais sejam as circunstâncias], dai graças, porque está é a vontade de Deus em Cristo Jesus [O Revelado e Mediador de sua vontade] para convosco. Não apagueis (suprimais ou subjugueis) o Espírito [Santo]" (1 Tessalonicenses 5.16-19)

Seja grato por tudo e cuidadoso para não apagar o Espírito Santo ao murmurar, ou você perderá sua alegria. Você pode ser grato, não importa quais sejam suas circunstâncias.

Renove sua mente com os ideais e a perfeição de Deus (veja Romanos 12.2). Se você passar tempo na presença de Deus, pensará de forma diferente sobre si mesmo e sobre as pessoas ao seu redor. Você terá a mente de Cristo e será cheio do seu amor.

MeditaçõEs Sobre O Livro De 1 CrôNicas


MeditaçõEs Sobre O Livro De 1 CrôNicas

Assim se espalhou o nome de Davi por todas aquelas terras; e o SENHOR pôs o seu temor sobre todas aquelas gentes (1 Crônicas 14:17). (Leia 1 Crônicas 14:1-17) A glória e a prosperidade de Davi chegaram aos ouvidos dos reinos vizinhos. Alguns, como Hirão e seu povo, buscaram o favor e a amizade do rei de Israel; outros, como os filisteus, não abaixaram as armas. Notemos que, segundo a característica especial de Crônicas, aqui não há menção da associação nada digno de Davi com Aquis (1 Samuel 27-29), exceto pela discreta referência em 1 Crônicas 12:19. O vitorioso sobre Golias então dispara um ataque contra os filisteus em dois estágios, não sem antes ter consultado ao Senhor em ambas as ocasiões. Enfatizemos novamente essa atitude de humildade. A confiança de Davi não está em sua própria capacidade de liderar o exército; ele não se apóia em sua experiência militar ao decidir as melhores táticas a serem adotadas. Quando o Inimigo "sobe a nossa busca" (v. 8), nossa primeira reação é perguntar a Deus qual é a estratégia para derrotá-lo. Não confiemos em nossa sabedoria. Antes de enfrentar o Inimigo, na verdade antes de qualquer outra decisão, peçamos orientação e ajuda ao Senhor Jesus. A maioria de nossas derrotas nas mãos de nosso grande Adversário acontece simplesmente porque esquecemos de buscar o conselho do Senhor.
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Deus e o seu destino


Deus e o seu destino

Cada evento do seu dia é projetado para levá-lo na direção de Deus e do seu destino. Na medida em que acreditamos e aceitamos a visão de Deus para as nossas vidas, passaremos pela vida. Quando as pessoas nos abandonarem, ficaremos em pé. Deus pode usar isto para o bem. Quando os membros da família nos traírem, nós nos levantaremos. Deus reciclará esta dor. Nós podemos tropeçar, mas não caímos. Por quê? Efésios 1:11 nos diz que Deus faz todas as coisas segundo o propósito da Sua vontade. Todas as coisas quer dizer todas as coisas. Sem exceções. Todas as coisas na sua vida estão conduzindo a um momento culminante no qual Colossenses 1:20 diz, "E por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz". Você sairá desta. Deus lhe dará uma esperança e um futuro! Deus usará isto para o bem.
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2015-09-18

Audição, visão e tato


Nós a ouvimos [a Palavra da vida] e com os nossos próprios olhos a vimos. (1Jo 1.1c)

Nunca a audição, a visão e o tato foram tão importantes. Por meio dos ouvidos, eles ouviram as palavras de Jesus; por meio dos olhos, eles viram a glória de Jesus; e por meio dos dedos, eles tocaram o corpo ressuscitado de Jesus.

A assimilação da primazia do Verbo não podia permanecer só na memória dos discípulos. Ela era elevada demais, comprida demais, larga demais e profunda demais para caber na memória deles. Ela transbordou e foi enchendo todos os buracos do céu, todos os vazios da terra e todos os abismos das regiões inferiores da terra. Ela foi derramada em Jerusalém, na Judeia e Samaria, na Ásia Menor, na Grécia, em Roma, e chegou aos confins do mundo. Ela foi repassada de boca em boca, de mão em mão, de ouvido em ouvido, de memória em memória, de alma em alma. Ela foi escrita, foi falada, foi gravada, foi visualizada, foi proclamada. Nesse afã incontrolável de testemunhos de Jesus, alguns foram apedrejados, mortos à espada, decapitados, queimados, esmagados, trucidados, devorados por leões, serrados pelo meio, fuzilados, jogados ao mar e crucificados de cabeça para baixo nas praias dos confins do mundo um pouco antes da maré alta.

Toda essa história começou quando os discípulos viram com seus próprios olhos aquele que existe desde a criação do mundo, quando ouviram com seus próprios ouvidos a Palavra da vida, quando apalparam com seus próprios dedos aquele que é a imagem visível do Deus invisível. Não sobrou uma dúvida sequer depois que ele foi visto, ouvido e tocado. A igreja começou aí. As missões começaram aí. A esperança começou aí. A ressurreição começou aí!

Não há outra história tão verdadeira, tão revolucionária e tão bela quanto a história do Verbo que se fez carne!

>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.

Ignore as distrações


Ignore as distrações

"Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus" (Mateus 17.8)

Nossas próprias falhas podem nos distrair de mantermos nossos olhos em Jesus. Se pensarmos muito a respeito do que está errado conosco, nos esqueceremos do que Deus pode fazer por nosso intermédio. Se olharmos muito para o que nos falta, esqueceremos de agradecer por aquilo que já temos.

A Bíblia diz que devemos nos desvencilhar de tudo aquilo que nos distrai e fixar os olhos em Jesus (veja Hebreus 12.2). Se sua fé começa a oscilar, coloque rapidamente seus olhos em Jesus, que é a fonte e o incentivo para sua fé. Lembre-se de como Ele enfrentou a cruz, desprezando e ignorando a vergonha pela alegria de ganhar você para Si mesmo. Ele promete levar sua fé à maturidade e à perfeição.

Você Crê De Fato Na RessurreiçãO De Cristo?


Você Crê De Fato Na RessurreiçãO De Cristo?

Pois quê? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos? (Atos 26:8). Há certo tom de surpresa na pergunta que o apóstolo Paulo fez ao rei Agripa. Para ele, Paulo, a ressurreição era algo tão real e fundamental e ele se surpreendia quando os outros duvidavam disso. Ele mesmo tinha visto Cristo, o Ressurreto, sobreexcelente em glória, e este encontro se tornou a base de seu serviço e da comissão divina que recebeu. Por que ainda hoje se considera incrível que Deus possa ressuscitar os mortos, mesmo entre os que carregam o Nome daquele que ressuscitou dentre os mortos? Talvez porque seja algo totalmente alheio a nossa própria experiência. Observação e experimentação são as bases de nosso conhecimento humano. Tais fatores caracterizam e também limitam nosso pensamento. Para transcender esse horizonte temos de conhecer Deus e ter em mente que ele é o Criador de tudo o que vemos e do que não vemos. A ressurreição do Senhor Jesus Cristo é, de fato, um dos eventos históricos mais bem testificados que existem. A maioria dos eventos reconhecidos da História antiga baseia-se na tradição de alguns historiadores. A ressurreição de Cristo foi testemunhada por grande número de pessoas! Paulo escreveu aos Coríntios: "Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também" (1 Coríntios 15:6). E Paulo vai além: "Se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé- Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1 Coríntios 15: 13-14 e 19). Porém, glórias a Deus!, "de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem" (1 Coríntios 15:20).
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2015-09-17

Onde NãO Há EspaçO Para A Cruz?


Onde não há espaço para a Cruz?

Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo (Gálatas 6:14). Havia influências e forças agindo na igreja da Galácia que tentavam acrescentar à cruz de Cristo a observação da lei de Moisés como requisito para a salvação. O apóstolo Paulo lhes advertiu seriamente contra as pessoas que afirmavam isso. E revelou os verdadeiros motivos desses falsos mestres: eles não queriam ser "perseguidos por causa da cruz de Cristo" (Gálatas 6:12). Se os gálatas procurassem refúgio no judaísmo para escaparem da perseguição, então os falsos mestres poderiam se orgulhar de terem atingido seu alvo. O apóstolo se opõe a isso afirmando: "Longe esteja de mim gloriar-me". De fato, quem conhece o Senhor Jesus como Salvador e contempla a grandeza da sua obra de redenção não tem possibilidade alguma de se gloriar, a não ser nele. O apóstolo também acrescenta: "a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo", coroando seu argumento declarando exatamente a mesma coisa que os falsos mestres procuravam tirar da fé cristã. Quem se glória na cruz de Cristo não encontra a aprovação do mundo. Isso é uma ofensa para os incrédulos, pois os condena. A cruz é um lugar onde o "velho homem", nossa natureza pecaminosa, encontra sua sentença de morte (Romanos 6:6). O processo da autocrucificação não é fácil muito menos indolor. É por isso que as mentes religiosas sempre inventaram todo tipo de artifício para evitar a cruz. Aí se incluem as boas obras, os "sacrifícios" pela fé, as febris atividades supostamente feitas em nome de Deus, e tantos outros recursos da religião. Tudo isso provém da mesma fonte que fez Pedro repreender o Senhor Jesus: "E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso". E qual foi a resposta do Senhor? "ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens" (Mateus 16:22-23). Nas "coisas dos homens", e de Satanás também, não há espaço para a cruz de Cristo!
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A decisão das decisões


A decisão das decisões

Concordo com aqueles que dizem que não decidir é também uma decisão, a "decisão de não decidir", ou seja, indecisão. Porém, não é muito fácil tomar decisões. Como a própria palavra (decisão) aponta, pressupõe-se rupturas que na maioria das vezes são tensas e dramáticas. No entanto, por mais duras, tensas e difíceis, não temos como fugir, a vida requer que tomemos decisões!

Quero partilhar com vocês uma decisão que tive que tomar em meados de 1998, para ser mais exato, no dia 28 de julho de 1998. Encontrava-me muito deprimido, uma angústia horrorosa se apossara de minha alma, gerando em mim um desejo intenso pela morte. Não conseguia ver graça em absolutamente nada, as minhas noites eram insones. Eu já havia passado por vários psiquiatras, psicólogos e terapeutas sem ou com muito pouco sucesso.

Naquela época, com 28 anos, casado, pai de três filhos, me sentia a personificação do fracasso. Foi quando chegou em minhas mãos um livro que relatava histórias de várias pessoas que tiveram as suas vidas transformadas pelo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Eram atrizes, modelos, jogadores de futebol, políticos, profissionais liberais, entre tantos. Porém, um em especial me atraiu a atenção: o caso de um rapaz que se chamava Mário e que nascera com uma deficiência física de grande proporção, mas era feliz, cheio de sonhos e uma alma aguerrida. Entre tantos sonhos que habitava a alma de Mário, um em especial me chamou muito a atenção: ter e dirigir o seu próprio carro. Mas como isso era possível? Eram tantas as limitações! Mário tomou uma decisão depois de muita oração. Matriculou-se no Curso de Engenharia Mecânica em uma Universidade Norte Americana, formou-se e projetou o seu próprio carro.

Após ler essa história, era a minha vez de tomar uma decisão; não era uma mera decisão, mas a "decisão das decisões". Ajoelhei-me rente à cama de uma das minhas filhas e disse ao Senhor: "De hoje em diante eu me rendo totalmente ao Senhor. Entrego tudo que tenho e tudo que sou em Tuas mãos".

Lembro-me como se fosse hoje, ajoelhei-me angustiado, temeroso, inquieto, com um sentimento de culpa que me consumia como cupins na madeira. Mas levantei-me leve, com aquela sensação de que um fardo fora tirado de minha alma. A vontade de morrer deu lugar a uma vontade de viver em Cristo e para Cristo.

Eu, que até então tinha sérios problemas com alcoolismo, tabaco e esporadicamente com drogas, vi-me liberto pela graça de nosso Bom Deus. O casamento que ia de mal a pior foi restaurado, o relacionamento com os filhos se tornou uma bênção.

Caros irmãos e irmãs, quero, com este pequeno testemunho, encorajá-los e encorajá-las a tomarem decisões. A vida passa, e muito depressa. Não podemos ficar postergando, adiando aquilo que é inadiável. Não estou querendo dizer que será fácil, mas, sim, que é necessário. Tome a decisão que precisa ser tomada, mas não faça sem antes colocá-la diante do Senhor em oração.

Tiago nos diz em sua carta que as demandas da vida precisam de ser apresentadas a Deus para que tomemos a decisão certa:

"Se algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida" (Tg 1.5).

Os grandes homens e as grandes mulheres de Deus do passado e do presente nunca abriram mão desse expediente: oração precede uma grande decisão. Não se esqueçam: de hoje em diante.

:: Geraldo Márcio

Quando os mundos se chocam

A palavra fé parece assumir dois sentidos para os cristãos. […] No primeiro, ela significa simplesmente crença — aceitar ou considerar verdadeiras as doutrinas do cristianismo. Isso não tem nada de complicado. Porém, o que intriga as pessoas — ou pelo menos é o que costumava me intrigar — é o fato de que os cristãos se referem à fé, nesse sentido, como uma virtude. Eu costumava me perguntar o que podia haver de virtuoso nisso — o que tem de moral ou amoral em acreditar ou não em certo conjunto de afirmações? Eu costumava dizer que uma pessoa em sã consciência não poderia aceitar ou rejeitar qualquer afirmativa só porque desejava ou não aceitá-la, e sim porque as evidências lhe pareciam boas ou más. […]

Bem, acho que continuo adepto a essa visão. No entanto, o que eu não conseguia ver na época — e o que muitas pessoas continuam não enxergando — é o seguinte: eu supunha que, uma vez que a mente humana aceita algo como verdadeiro, ela continua acreditando nisso até que surja um bom motivo para reconsiderar tudo. Eu estava supondo que a mente humana é completamente regida pela razão. Mas isso não é verdade. Por exemplo, minha mente está perfeitamente convencida, por boas evidências, de que os anestésicos não me sufocam e que os cirurgiões bem treinados não começam a me operar até que eu esteja totalmente anestesiado. Mas isso não impede que, depois que eles tiverem me posto na mesa, e colocado aquela máscara horrível no meu rosto, eu seja tomado por um pânico infantil. Eu começo a imaginar que posso morrer sufocado e fico com medo de eles começarem a me cortar antes de eu estar preparado. Em outras palavras, eu perco minha fé nos anestésicos. Porém, não é minha razão que está minando minha fé; pelo contrário, minha fé está baseada na razão. São minhas emoções e minha imaginação. A batalha é entre fé e razão, de um lado, e emoções e imaginação, do outro.

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.