Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, joias ou vestidos caros. (1Pe 3.3)
Uma crente que mal tem o que comer e o que vestir não frequenta salões de beleza, não usa joias nem veste roupas caras. O conselho de Pedro só faz sentido se ele tem em mente as senhoras ricas da comunidade cristã da época. Diz-se que "a complexidade dos penteados, maquiagens, roupas e joias nos dois primeiros séculos é comprovada com eloquência na literatura e na arte de então" (J. Kelly). Certamente, o aparato exagerado das irmãs de posse destacava a simplicidade das irmãs sem posses. E isso era constrangedor tanto para elas quanto para a assembleia dos cristãos.
O apóstolo parece preocupado com o dinheiro gasto com a beleza artificial (joias e vestidos caros) e com a ênfase desmedida nesse tipo de beleza. Ele passa da beleza exterior para a beleza interior, da beleza física para a beleza espiritual. Não haveria distinção alguma entre as irmãs ricas e as irmãs pobres caso a beleza destas e daquelas dependesse do caráter cristão.
Pena que Pedro não tenha se lembrado da história de Absalão, o terceiro filho de Davi, o homem mais bonito e atraente de toda a Israel (2Sm 14.25), mas horrivelmente feio por dentro (ele assassinou o irmão Amnom, destronou o pai e deitou-se com as concubinas de Davi).
A ênfase demasiada na beleza do corpo muito facilmente gera vaidade pessoal. Basta ler o profeta Isaías: "Vejam como as mulheres de Jerusalém são vaidosas! Andam com o nariz para cima, dão olhares atrevidos e caminham com passos curtos, fazendo barulho com os enfeites dos tornozelos". Para punir essas senhoras elegantes, Deus prometeu tirar todos os seus enfeites: colares, brincos, pulseiras, os vestidos luxuosos, os xales, as bolsas, as saias transparentes: "A beleza delas vai virar uma feiura de dar vergonha!" (Is 3.16-24).
A feiura interior não combina com a beleza exterior!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.