Dá uma boa olhada, depois vai embora e logo esquece a sua aparência. (Tg 1.24)
É preciso valorizar o espelho. Se ele mostra alguma coisa estranha no rosto, no corpo, na roupa, no penteado, na maquiagem, na disposição das joias – a pessoa não deve fazer o espelho de bobo. Se alguém se põe diante do espelho pelo tempo suficiente para ver os dentes cheios de resto de comida e vai embora sem lavar a boca, ele se esquece do que o espelho mostra e continua com a sujeira nos dentes.
O mesmo acontece com aquele que coloca, não o corpo, mas a alma, diante do espelho. Ele vê uma mancha aqui e outra acolá. Elas são feias demais para que não sejam removidas. Diante de Deus e diante de si próprio, ele está numa condição imprópria e constrangedora. Se ignora o que o espelho lhe mostra, continua com a alma suja. A sujeira interior não pode ser escondida, a menos que a pessoa suja queira se comportar como os fariseus hipócritas, que lavavam só o exterior do copo e do prato (Mt 23.25). Agindo assim, as manchas se multiplicam e a alma fica cada vez mais feia. O espelho da alma é a Escritura Sagrada. É ela que torna as nódoas visíveis. O Espírito Santo, por sua vez, gera a necessária convicção de que a mancha está lá.
A higiene da alma é tão ou mais necessária que a higiene do corpo. As palavras do profeta Natã foram como um espelho para Davi enxergar nitidamente as sombras que tomavam conta de sua alma. Mas ele levou a sério o espelho e fez aquele famosa oração do Salmo 51: "Tira de mim o meu pecado, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve" (v. 7). Duas vezes ele usou os verbos purificar, lavar eapagar. A Bíblia assegura que, quando enxergamos e admitimos as manchas, Deus nos purifica delas (1Jo 1.9).
Mais vale a alma limpa do que o corpo limpo!
>> Retirado de Refeições Diárias com os Discípulos. Editora Ultimato.