Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. — 1 João 1.10
Nós não somente pecamos, como também continuamos a pecar. Devido à fragilidade da nossa natureza corrupta e pecaminosa, a qual teremos enquanto tivermos os nossos corpos, há uma batalha contínua entre a natureza pecaminosa e o Espírito. Paulo fala sobre isso: "Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo" (Rm 7.18). Certamente não é apenas o desejo sexual imoral de um homem por uma mulher ou de uma mulher por um homem que é pecado. Nas histórias dos santos, há também muitos pecados que tomam a forma e a aparência de santidade e são então transmitidos como se fossem uma boa conduta. Isso acontece porque os pais da Igreja geralmente olhavam apenas para os pecados externos, ignorando os internos, tais como inveja, ciúme, coração hostil e o deslize da fé e da esperança.
Nós ainda temos pecados que nos enganam e nos seduzem, no entanto, eles não governam sobre nós. O pecado dentro de nós é como uma pessoa condenada que está sendo conduzida amarrada para o local de sua morte. As armas que aquela pessoa poderia usar para prejudicar outras foram todas retiradas dela. Mas aquela pessoa ainda não está morta. Semelhantemente, o pecado em nossos corpos aumenta repentinamente, arruína e se diverte, sem cessar. Pois sempre amamos o que é nosso e dependemos da nossa própria força. Não colocamos a nossa confiança na Palavra e não cremos em Deus. Nossa natureza pecaminosa não quer isso de forma alguma. Mas o melhor remédio contra a força dessa natureza é meditar diligentemente na Palavra de Deus.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.