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2015-09-15

O Pai de misericórdia


O Pai de misericórdia

Deus nunca é pego de surpresa. Para Ele, passado e futuro não existem. Para Ele, tudo é. Deus nunca experimenta surpresa. Nós, sim, experimentamos surpresas.

Não faz muito tempo, enviamos cinco irmãos para o Nepal para ajudarem a socorrer as vítimas do terremoto. Antes de irem, passaram por um treinamento, exatamente para darem assistência a pessoas acidentadas. Talvez tivessem pensado que nunca colocariam em prática o que estavam aprendendo, mas Deus já sabia o que aconteceria. Muitas vezes, a nossa grande dificuldade é compreender o caminho do Senhor, porque os caminhos dele são tão diferentes dos nossos caminhos, e os pensamentos do Senhor são tão diferentes dos nossos pensamentos. Em Jeremias 29, verso 11, o Senhor mesmo disse: "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais".

O contexto referente a esse verso diz respeito a uma situação de dor, sofrimento, desolação, quando então Deus traz esse consolo ao profeta, ao Seu povo. O quadro e os prognósticos não eram nada animadores. Mas nada que escapasse ao olhar e a soberania de Deus. Ele tinha seus planos.

A questão, porém, não eram tanto as situações, os sofrimentos, mas a forma como lidar com tudo isso. Nossa atitude diante do sofrimento. Por que vem a tribulação? Qual o propósito dela em nossas vidas? Precisamos entender que somos mais que vencedores sobre todas as coisas.

São tantos os atributos de Deus, bem como tantas as verdades, que fico maravilhado. Quero aqui destacar a misericórdia e a consolação. Diz o verso 3 de 2 Coríntios 1: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação".

Paulo tinha todos os motivos para ter escrito isso. Ele mesmo era a prova viva das misericórdias e da consolação divina, ele que outrora era perseguidor da igreja, avesso ao Caminho, até ser atingido por assim dizer pela mão divina. Um detalhe chama a atenção em toda a segunda carta de Paulo aos coríntios se comparada com a primeira: é que nessa segunda carta, ele mesmo fala muito de si, do agir de Deus em sua vida. Essa carta, portanto, é muito autobiográfica.

Só mesmo quem experimentou e tem experimentado das misericórdias e das consolações do Pai para ser tão grato a ele, como Paulo foi.

Deus é o Deus de misericórdia e de consolação. Que o diga o profeta Jeremias, que por tantas e inúmeras vezes viu e experimentou tanta dor e tanto sofrimento, mas também tanto favor da parte de Deus.

Tão interessante! E só podem experimentar da misericórdia e da consolação quem esteve ou está em tribulação ou em situação de dependência de Deus. As maiores manifestações de toda essa consolação e misericórdia da parte do Senhor se deram em meio às mais terríveis provas. Por isso, quando estiver em grande aflição, não se aflija. Apegue-se a essa misericórdia e a essa certeza de consolação que vem de Deus.

Misericórdia é o mesmo que compaixão, piedade, favor. E uma das coisas lindas que vejo nesse texto é a expressão "Pai de misericórdia". Note que não está escrito "o Deus de misericórdia", mas o Pai de misericórdia. Deus é Deus, mas Ele é Pai. É aquele Pai presente, aquele Pai atento, um Pai carinhoso, cheio de amor e de compaixão.

Em nossa caminhada temos que experimentar o que Paulo escreve em Colossenses, capítulo 3, versículo 12 que diz: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade".

Só mesmo quem experimenta das misericórdias do Pai, bem como de Suas consolações pode se revestir de ternos afetos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e longanimidade.

Deus abençoe!

::Pr. Márcio Valadão