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2015-07-04

O pequeno Apocalipse

Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam. (Marcos 13.30)

Certo dia, assentados no monte das Oliveiras, Jesus e seus discípulos desfrutavam da visão panorâmica do vale do Cedrom até o templo de Herodes. Fazia cinquenta anos desde o início de sua construção e ele ainda não estava pronto. Porém, era uma visão espetacular. Os discípulos comentavam: "Que pedras enormes! Que construções magníficas!" (v. 1). Para o espanto deles, Jesus respondeu que nem uma pedra sequer sobreviveria ao tempo da destruição do templo. Esse foi o princípio do chamado pequeno apocalipse registrado em Marcos 13, Mateus 24 e Lucas 21, em que Jesus esquadrinhou o futuro. Nossa dificuldade em interpretar esse discurso é que Jesus estava olhando tanto para o futuro imediato (a queda de Jerusalém e a destruição do templo no ano 70 depois de Cristo) como para o futuro final (a parúsia e o fim da história). Os dois eventos estavam, até certo ponto, entrelaçados no ensino de Jesus, de modo que nem sempre é claro a qual dos dois ele estava se referindo.

Sinais imediatos incluiriam o surgimento de falsos messias, guerras e rumores de guerras, terremotos e fome. Mas Jesus afirmou que essas coisas seriam "o início das dores" (v. 8); ainda não seria o fim. Outros sinais do fim incluiriam a perseguição e o martírio, a pregação do evangelho em escala mundial, divisões familiares e grandes convulsões do sol, da lua e das estrelas, uma imagem apocalíptica familiar de convulsões sociais e políticas. E então todos veriam "o Filho do homem vindo nas nuvens com grande poder e glória" (v. 26). Na verdade, aquela geração não passaria até que "todas essas coisas" (os sinais anunciados) acontecessem. Em contraste com "todas essas coisas", porém, ninguém sabe aquele dia ou aquela hora, nem mesmo o próprio Filho.

A ênfase principal do pequeno apocalipse não está em nenhum programa de sinais e eventos, mas na repetida convocação de Jesus (sete vezes em Marcos 13) para estarmos alertas e prontos para a sua vinda, pois ninguém sabe quando ela acontecerá. Jesus conclui: "O que lhes digo, digo a todos: Vigiem!" (v. 37).

Para saber mais: Marcos 13

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.