O homem sábio tem olhos que enxergam, mas o tolo anda nas trevas; todavia, percebi que ambos têm o mesmo destino. — Eclesiastes 2.14
Eu observei que o mesmo acontece tanto a sábios quanto a tolos: ambos acabam cometendo erros. No entanto, a sabedoria é melhor do que a insensatez. Talvez você esteja familiarizado com a seguinte expressão: "Se você quer jogar xadrez, não esconda os seus olhos no bolso". Isso significa que você precisa não apenas conhecer bem o jogo, mas também ser um jogador observador e cuidadoso. O autor de Eclesiastes diz aqui que "o homem sábio tem olhos que enxergam". Em outras palavras, pessoas sábias são administradores espertos, mas também alertas, conscientes e vigilantes. Eles veem como as coisas devem ser feitas apesar de nem sempre terem certeza dos resultados. As pessoas insensatas, por outro lado, não usam os olhos para enxergarem, pois se deixam levar pela ousadia e audácia. No final, os negócios de ambos parecem ser determinados pela coincidência e sorte. O que acontece, na realidade, é que Deus direciona tudo. Nem a sabedoria nem a ousadia determinam o desfecho dos acontecimentos.
Tanto os planos sábios como os tolos podem fracassar ou terem sucesso. Contudo, Deus não deseja que fundamentemos nossas regras de vida em algo ser bem sucedido ou não, pois o que ele criou está nas mãos dele, não nas nossas. Ele nos permite usufruir de suas criações, mas realiza o que quer por nosso intermédio. Não faz sentido acrescentar qualquer coisa ao que Deus quer ou tentar determinar como ele deve agir. Desta maneira Deus nos ensina a não confiarmos na nossa própria sabedoria e conhecimento, mas a lidarmos com as questões ao passo em que vão surgindo. Se não terminarem bem, então devemos simplesmente entregá-las a Deus.
>> Retirado de Somente a Fé – Um Ano com Lutero. Editora Ultimato.