Deus quer ver suas promessas se cumprirem na vida das crianças e dos adolescentes
// Lagoinha
A criança nasce para ser amada
Quando uma criança nasce, sua identidade começa a se formar a partir de suas experiências com seu cuidador, e as pessoas à sua volta, por meio de seus olhares, o tom de sua voz, a força do toque, a expressão do rosto, o movimento do colo, a chegada do alimento… As impressões e sensações se repetem e ao passo que o bebê cresce, elas vão se confirmando. A criança começa a interpretar suas emoções, e a partir delas começa a tirar conclusão a respeito de si mesma. Uma criança que não tem a felicidade de perceber no outro o acolhimento e os sorrisos de aprovação, deduz que o que está sendo dito a ela, pelas palavras, atitudes e pelos gestos e olhares, é que ela não vale grande coisa. A criança apreende que não é amada e sua sobrevivência não está garantida, ou seja, está ameaçada.
O resultado é o retrato de uma criança insegura, frágil e vulnerável. Essa é a realidade de milhares de crianças que nascem num lar que não está preparado ou sadio para recebê-las. Algumas se defendem se tornando aparentemente fortes e agressivas, prontas para enfrentarem qualquer perigo. Outras se retraem e vivem amedrontadas. Qualquer uma das reações de defesa das crianças leva a um maior descontentamento dos que as rodeiam, que as desprezam ainda mais ou as agridem. Cada vez que perguntamos a uma criança que vive numa situação desfavorável, qual foi a pior situação que já enfrentou, a resposta é sempre uma das seguintes:
Situações corriqueiras das crianças
Abuso físico, pessoal ou de um membro da família; morte de um ente querido; abandono ou rejeição; ameaça verbal, xingamento; abuso sexual; separação da família; provocação, bulling; fuga para as ruas; uso de drogas; exemplo negativo dos pais; doença pessoal ou de um familiar.
Essas situações traumáticas se apresentam para a criança como uma apunhalada, uma agressão que gera confusão, dor e sofrimento. Nem todas as crianças que enfrentam tragédias como essas, tem dificuldade para superá-las, mas a criança que já vive um ambiente de desamor usa o trauma para confirmar e sedimentar o que já sabia – não tem valor; não deveria ter nascido; sempre faz a coisa errada; ninguém jamais a amará; não tem futuro; está sozinha; etc.
As crianças que vivem em vulnerabilidade social são alvo fácil desse mecanismo. Elas ficam imobilizadas diante dessa crença e agem de acordo com essa identidade.
Estratégia do inimigo
Desde o início dos tempos satanás usou a estratégia da mentira para acabar com o homem. Ele é muito experiente em aprisionar o ser humano e continua usando seus velhos truques. Jesus nos disse que quando o diabo “…mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). Não devemos nos surpreender então, que quando uma criança é acometida por injustiças, o pai da mentira sussurre em seu ouvido que ela não presta, ou a leve a questionar a bondade de Deus. Assim como Adão e Eva o fizeram, as crianças que já são vulneráveis acreditam facilmente nas mentiras de satanás, comprometendo assim a sua liberdade e infância.
Qual a nossa tarefa diante desse quadro perverso?
Contar a verdade para essas crianças. Ajudá-las a se libertarem dessa prisão esmagadora que as impede de crescer de forma saudável. Jesus quer usar seu exército para desfazer a bagunça do inimigo. Jesus quer usar nossas bocas, gestos e atitudes para levar as crianças a conhecerem a verdade, pois “… conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8.32). A verdade de Cristo é o antídoto do veneno da mentira. A criança que aprende e aceita que na verdade ela é amada e especial para Jesus; que Ele quer cuidar dela e lhe fazer companhia para sempre; que Ele nunca a abandonará e sempre a protegerá, independente do que possa ter acontecido, ela é resgatada da perdição e acolhida pelos braços de Jesus que lhe abre os olhos para enxergar sua verdadeira autoimagem, imagem e semelhança do próprio Cristo.
A criança que se vê como um ser amado e que encontra em Jesus o amparo que talvez nunca antes sentisse, muda! Seu sentimento modifica; sua atitude transforma; seu comportamento altera, porque agora se relaciona com seu mundo a partir de uma nova identidade, a identidade de filha(o) – 1 João 3.1a; de herdeira(o) – Gálatas 4.7; de estrela que brilha no universo – Filipenses 2.15 – 16a; com uma coroa na cabeça – Provérbios 4.7-9. Este é o plano de Deus para cada uma de nossas crianças, nossos adolescentes e jovens. Ele quer ver Suas promessas se cumprirem na vida delas. É por meio de você e de mim que Ele planeja chegar até elas. Mesmo com o coração quebrado elas se abrirão e ouvirão a voz de Cristo por meio de nós. Vamos nos dispor a ir até elas, uma a uma, lhes contando a verdade que liberta! Se você não tem como falar diretamente com a criança, apoie quem pode! Incentive para que a Palavra que produz Vida chegue até cada criança vulnerável.
:: Clenir Xavier dos Santos / Ultimato