Sabe aquela sensação de que nunca sobra dinheiro para investir? Ela pode diminuir de um jeito muito simples. Basta olhar para os gastos corriqueiros do dia a dia — o estacionamento no shopping, o sorvete depois do almoço, a pizza em casa — e cortar aqueles desnecessários. Vai ser uma boa economia. Nas próximas páginas, aprenda a economizar 1 000, 3 000 e 5 000 reais em seis meses, fazendo ajustes em suas fi nanças pessoais.
Por exemplo: para juntar 1 000 reais em um semestre basta deixar de gastar 5,50 reais por dia. Essa grana economizada você pode investir em aplicações no curto ou longo prazo e juntar mais de 200 000 reais em duas décadas. Mas, se você é como as pessoas que acreditam que diminuir gastos e fazer investimentos requer talento especial, está enganado.
Quem já passou pela experiência ou está acostumado a organizar as finanças de quem se perde no consumo desenfreado garante que basta dar o pontapé inicial. “É exatamente como fazer uma dieta”, diz Alexandre Assaf Neto, consultor e professor de finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Porém, como num regime, o planejamento do orçamento tem pouca ou nenhuma efi cácia se a pessoa não mudar o padrão de vida e de comportamento.
MAIS DE 1 000 REAIS NO SEMESTRE
Decidida a estudar no exterior, em 2002, Reny Okuhara, de 40 anos, gerente de vendas da DK Sistemas de Ar Condicionado, reviu seus gastos. Montou duas planilhas: uma de despesas fi xas e outra de gastos variáveis. Solteira e morando com os pais, na primeira tabela Reny incluiu gastos com refeições, combustível e estacionamento. Na segunda, listou cabeleireiro, presentes e roupas.
As saídas para lazer encolheram de cinco para uma vez na semana. Ela só preservou os gastos com viagens. O resultado foi a economia de 3 000 reais em seis meses e o MBA em direito empresarial na Universidade da Califórnia. Mantendo a disciplina, Reny trocou de carro, pagou quatro anos de um consórcio para a casa própria, fez seguro de vida e ainda mantém 80% de suas economias em um fundo DI. Outros 20% estão divididos entre 15% em um fundo multimercado e outros 5% em ações.

Sem disciplina, nada feito
O grande segredo para conseguir guardar dinheiro é ter disciplina, fazer uma planilha e discriminar ali todas as despesas. Consenso entre os consultores, montar uma planilha de gastos que contenha todas as despesas fixas e extras é o primeiro passo para a salvação. Há várias formas de fazer esse tipo de tabela — desde programas de computador até dicas que podem ser encontradas em sites de finanças na internet.
Também dá para encontrar cursos ou palestras sobre o assunto em escolas e universidades e até na Fundação Procon, órgão ligado à Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania. Feita a planilha, é importante atualizá-la com frequência e rigor. “Tem que contabilizar tudo, pelo menos uma vez por semana. Se as anotações forem reais, é possível identificar onde estão os excessos que podem ser cortados”, diz Caio Torralvo, consultor e professor auxiliar de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), autor do livro Aprenda a Administrar o Próprio Dinheiro (Editora Saraiva).
Depois, é preciso eliminar o supérfl uo e escolher onde você quer aplicar o que sobrou: poupança, fundos de investimentos ou ações. A escolha depende de seus objetivos e de sua aversão ao risco. Investidores mais tradicionais costumam colocar o dinheiro na poupança ou em fundos de renda fi xa. Quem é mais arrojado e quer ter um rendimento maior investe em fundos multimercado ou em ações. Em qualquer uma das opções, o mais importante é ter disciplina para fugir das compras por impulso e manter a regularidade nos investimentos.
Com o rendimento das suas aplicações você poderá ter o que quiser no futuro. “É bom ter em mente que quem está economizando agora é porque planeja usufruir como quiser da poupança lá na frente. Assim, a tarefa de juntar dinheiro faz sentido e fi ca mais fácil”, diz Alexandre Assaf Neto, consultor e professor de fi nanças da FEA-USP. Detalhe: para começar você não precisa contar com o próximo aumento no contracheque.

SEM CARTÕES E COM 5 000 REAIS EM SEIS MESES
Há sete anos, descontrole nanceiro era o cotidiano de Célia Rodrigues Pereira, de 41 anos, gerente administrativa da grá ca Visual Graphic, de São Paulo. Casada, com três lhos, ela tinha oito cartões de crédito e nenhum domínio sobre a fatura de cada um deles. Ela decidiu rever suas contas.
Procurou as operadoras de cartão, negociou descontos de até 40% e conseguiu quitar suas dívidas. O segundo passo foi criar planilhas. Em uma delas, Célia relacionou os ganhos dela e os do marido. Em outra, os gastos da família. Mais uma medida foi trocar o crediário por compras à vista. Ela só parcela o pagamento depois de ter economizado pelo menos 50% do valor do produto.

Por exemplo: para juntar 1 000 reais em um semestre basta deixar de gastar 5,50 reais por dia. Essa grana economizada você pode investir em aplicações no curto ou longo prazo e juntar mais de 200 000 reais em duas décadas. Mas, se você é como as pessoas que acreditam que diminuir gastos e fazer investimentos requer talento especial, está enganado.
Quem já passou pela experiência ou está acostumado a organizar as finanças de quem se perde no consumo desenfreado garante que basta dar o pontapé inicial. “É exatamente como fazer uma dieta”, diz Alexandre Assaf Neto, consultor e professor de finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Porém, como num regime, o planejamento do orçamento tem pouca ou nenhuma efi cácia se a pessoa não mudar o padrão de vida e de comportamento.

Decidida a estudar no exterior, em 2002, Reny Okuhara, de 40 anos, gerente de vendas da DK Sistemas de Ar Condicionado, reviu seus gastos. Montou duas planilhas: uma de despesas fi xas e outra de gastos variáveis. Solteira e morando com os pais, na primeira tabela Reny incluiu gastos com refeições, combustível e estacionamento. Na segunda, listou cabeleireiro, presentes e roupas.
As saídas para lazer encolheram de cinco para uma vez na semana. Ela só preservou os gastos com viagens. O resultado foi a economia de 3 000 reais em seis meses e o MBA em direito empresarial na Universidade da Califórnia. Mantendo a disciplina, Reny trocou de carro, pagou quatro anos de um consórcio para a casa própria, fez seguro de vida e ainda mantém 80% de suas economias em um fundo DI. Outros 20% estão divididos entre 15% em um fundo multimercado e outros 5% em ações.


O grande segredo para conseguir guardar dinheiro é ter disciplina, fazer uma planilha e discriminar ali todas as despesas. Consenso entre os consultores, montar uma planilha de gastos que contenha todas as despesas fixas e extras é o primeiro passo para a salvação. Há várias formas de fazer esse tipo de tabela — desde programas de computador até dicas que podem ser encontradas em sites de finanças na internet.
Também dá para encontrar cursos ou palestras sobre o assunto em escolas e universidades e até na Fundação Procon, órgão ligado à Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania. Feita a planilha, é importante atualizá-la com frequência e rigor. “Tem que contabilizar tudo, pelo menos uma vez por semana. Se as anotações forem reais, é possível identificar onde estão os excessos que podem ser cortados”, diz Caio Torralvo, consultor e professor auxiliar de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), autor do livro Aprenda a Administrar o Próprio Dinheiro (Editora Saraiva).
Depois, é preciso eliminar o supérfl uo e escolher onde você quer aplicar o que sobrou: poupança, fundos de investimentos ou ações. A escolha depende de seus objetivos e de sua aversão ao risco. Investidores mais tradicionais costumam colocar o dinheiro na poupança ou em fundos de renda fi xa. Quem é mais arrojado e quer ter um rendimento maior investe em fundos multimercado ou em ações. Em qualquer uma das opções, o mais importante é ter disciplina para fugir das compras por impulso e manter a regularidade nos investimentos.
Com o rendimento das suas aplicações você poderá ter o que quiser no futuro. “É bom ter em mente que quem está economizando agora é porque planeja usufruir como quiser da poupança lá na frente. Assim, a tarefa de juntar dinheiro faz sentido e fi ca mais fácil”, diz Alexandre Assaf Neto, consultor e professor de fi nanças da FEA-USP. Detalhe: para começar você não precisa contar com o próximo aumento no contracheque.

SEM CARTÕES E COM 5 000 REAIS EM SEIS MESES
Há sete anos, descontrole nanceiro era o cotidiano de Célia Rodrigues Pereira, de 41 anos, gerente administrativa da grá ca Visual Graphic, de São Paulo. Casada, com três lhos, ela tinha oito cartões de crédito e nenhum domínio sobre a fatura de cada um deles. Ela decidiu rever suas contas.
Procurou as operadoras de cartão, negociou descontos de até 40% e conseguiu quitar suas dívidas. O segundo passo foi criar planilhas. Em uma delas, Célia relacionou os ganhos dela e os do marido. Em outra, os gastos da família. Mais uma medida foi trocar o crediário por compras à vista. Ela só parcela o pagamento depois de ter economizado pelo menos 50% do valor do produto.
